
No evento de lançamento em Kuala Lumpur, o grupo informou que o Huawei Mate XT é constituído por três ecrãs, dobra-se duas vezes e que é o telefone dobrável mais fino, com um ecrã de 25,4 milímetros, semelhante a um iPad da norte-americana Apple.
"Neste momento, a Huawei é a única inovadora em modelos com design de ecrã triplo", disse Bryan Ma, analista da empresa de pesquisa de mercado International Data Corporation.
A Huawei alcançou esta posição apesar de não ter acesso a semicondutores avançados ou aos serviços da Google, por imposição do Governo dos Estados Unidos.
"Todas estas coisas têm sido, basicamente, grandes obstáculos para a Huawei", disse Ma, acrescentando que o "ressurgimento que estamos a ver é uma vitória".
A Huawei, a primeira marca global de tecnologia da China, está no centro de uma batalha EUA - China pelo domínio do comércio e tecnologia. Em 2019, Washington cortou o acesso da Huawei aos componentes e tecnologia dos EUA, incluindo a Google e outros serviços para telemóveis, tornando os modelos da Huawei menos atraentes para os utilizadores. Também impediu os fornecedores globais de usar a tecnologia dos EUA para produzir componentes para a empresa.
As autoridades norte-americanas consideraram que a Huawei representa um risco para a segurança, o que a empresa negou. O governo da China acusou Washington de utilizar inapropriadamente o conceito de segurança nacional para conter um concorrente em ascensão das empresas tecnológicas dos EUA.
A Huawei anunciou o Mate XT a 20 de setembro do ano passado, no mesmo dia em que a Apple lançou a sua série iPhone 16 nos mercados globais.
No evento de Kuala Lumpur, a Huawei também apresentou o seu tablet MatePad Pro e o Free Arc, os seus primeiros auriculares abertos, e outros dispositivos portáteis.
Embora os dispositivos de ponta da Huawei mostrem as suas proezas tecnológicas, o seu sucesso a longo prazo permanece incerto, tendo em conta os atuais desafios relacionados com as restrições da cadeia de abastecimento global, a disponibilidade de semicondutores e as limitações no acesso a 'software', afirmou Ruby Lu, analista da empresa de investigação TrendForce.
"As limitações do sistema, particularmente a falta do Google Mobile Services, significam que o seu potencial no mercado internacional continua a ser limitado", disse Ruby Lu.
A Huawei dominou o mercado de telefones dobráveis na China, com 49% de participação de mercado no ano passado. No mercado global, teve 23% de quota de mercado, ficando atrás da quota de 33% da Samsung, em 2024. A IDC previu que as remessas totais de telefones dobráveis em todo o mundo poderiam aumentar para 45,7 milhões de unidades até 2028, de mais de 20 milhões no ano passado.
Embora a maioria das grandes marcas tenha entrado nos segmentos dobráveis, Lu disse que a Apple ainda não lançou um produto concorrente.
"Quando a Apple entrar no mercado, espera-se que influencie significativamente e estimule um maior crescimento no setor dos telemóveis dobráveis", acrescentou Lu.
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