
A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo lançou o concurso para construir as infraestruturas gerais de regadio da Barragem do Pisão, no concelho de Crato, distrito de Portalegre, num investimento superior a 67,2 milhões de euros.
O procedimento, cujo anúncio foi publicado hoje em Diário da República (DR), faz parte do Empreendimento do Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato (EAHFMC), também conhecido por Barragem do Pisão.
De acordo com o anúncio do concurso público, consultado hoje pela agência Lusa, o prazo de execução da obra é de 24 meses, devendo os interessados apresentar propostas até ao dia 06 de agosto.
No documento é indicado que o concurso público tem como preço-base 67.239.000 euros.
Contactada pela Lusa, fonte da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) explicou que a empreitada refere-se à realização das obras correspondentes à execução da rede de rega do empreendimento.
O concurso visa a “integral execução” do conjunto de obras de construção civil, movimentação de terras, montagem e instalação de equipamentos necessários à referida empreitada.
A obra inclui, essencialmente, a instalação de condutas de rega sob pressão, numa extensão de cerca de 87 quilómetros, e órgãos de segurança e exploração.
“A área total para a qual serão projetadas as infraestruturas secundárias de rega do Crato corresponde atualmente a 5.494 hectares”, contemplando os blocos de rega “do Crato (654 hectares), de Alter do Chão (3.145 hectares) e de Fronteira e Avis (1.695 hectares)”, adiantou a mesma fonte.
O financiamento do projeto da Barragem do Pisão, no concelho de Crato, transitou do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em março deste ano para o Orçamento do Estado (OE) e passou de 151 para 222 milhões de euros.
Segundo a CIMAA, entidade responsável pela execução do projeto, a obra inclui ainda a construção de uma central fotovoltaica flutuante, de 150 megawatts (MW), num valor de cerca de 51 milhões de euros.
Entre outras componentes, o projeto contempla, além da barragem e da central fotovoltaica, uma central mini-hídrica e canais para regadio agrícola e sistema de abastecimento público de água.
A albufeira, uma reivindicação histórica da região, vai surgir numa área de 10.000 hectares, ficando submersa a aldeia de Pisão, que atualmente conta com cerca de 70 moradores e 110 casas.