
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou este Sábado, 03, que quando os jornalistas não conseguem exercer o seu trabalho, todos perdem.
Numa mensagem alusivo ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, António Guterres disse que tragicamente isso está a tornar-se mais difícil a cada ano que passa e também mais perigoso.
“Num mundo atormentado por conflitos e divisões, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa destaca uma verdade fundamental, a liberdade das pessoas depende da liberdade de imprensa”, afirmou o secretário-geral da ONU.
O jornalismo livre e independente, acrescentou, é um bem público essencial.
“É a base da responsabilização, da justiça, da igualdade e dos direitos humanos. Os jornalistas, em todo o mundo, devem poder trabalhar livremente e sem medo ou favorecimentos”, referiu.
Segundo Guterres, os jornalistas enfrentam ataques, detenções, censura, intimidação, violência e até a morte, simplesmente por fazerem o seu trabalho.
Entretanto, acrescentou que “estamos a assistir a um aumento acentuado no número de jornalistas mortos em zonas de conflito, especialmente em Gaza”.
Como o tema deste ano, realçou, a liberdade de imprensa enfrenta uma ameaça sem precedentes, sublinhando que a inteligência artificial (IA) pode apoiar a liberdade de expressão ou sufocá-la.
“Algoritmos tendenciosos, mentiras descaradas e o discurso de ódio são como minas terrestres na autoestrada da informação. Informações rigorosas, verificáveis e baseadas em factos são as melhores ferramentas para as desativar”, apelou.
O Pacto Digital Global, adoptado no ano passado, destacou António Guterres, inclui medidas concretas para reforçar a cooperação internacional na promoção da integridade da informação, da tolerância e do respeito no espaço digital.
No entanto, assegurou que a IA deve ser moldada de forma compatível com os direitos humanos e que coloque os factos em primeiro lugar.