Bárbara Bulhosa, editora da Tinta-da-China, destacou à Lusa que "sempre publicou livros com um foco na denúncia de abusos de direitos humanos, no alerta para injustiças sociais e políticas ou que nos levam a refletir sobre o mundo em que vivemos".

"Agora, perante o complicado contexto político nacional e internacional, e no ano em que a editora celebra 20 anos de vida, acredito que essas apostas são ainda mais necessárias", afirmou.

Por isso, o plano para 2025 e 2026 reflete essa responsabilidade, e a participação na Feira do Livro de Lisboa é vista pela responsável como um momento-chave de afirmação e resistência.

Apesar de manter os mesmos pavilhões, a editora apostará num número elevado de eventos e debates para promover o diálogo e o encontro com os leitores.

O Grupo Editorial Presença está "muito otimista" para esta feira do livro, acreditando "que a tendência de crescimento de afluência vai manter-se, sobretudo entre os leitores mais jovens, que têm demonstrado um entusiasmo cada vez maior por este evento".

Este ano, o grupo marca presença com 20 pavilhões que reúnem as suas quatro chancelas - Presença, Marcador, Manuscrito e Jacarandá -- e uma programação que inclui mais de 70 eventos, como sessões de autógrafos, debates, contos, teatros infantis e participações de autores nacionais e internacionais.

Sob o lema "Cultive a Leitura. Cultive o Planeta", a Praça LeYa apresenta-se na Feira do Livro de Lisboa com um ambiente renovado que "convida à leitura e valoriza a sustentabilidade", incluindo vegetação abundante e uma parceria com a associação PlantArbor para plantar árvores por cada livro vendido.

Como disse o grupo editorial à Lusa, a programação contará com mais de 200 encontros entre leitores e autores, 70 sessões públicas, concertos e a presença de mais de 150 autores portugueses e internacionais, destacando-se ainda as comemorações dos 60 anos da D. Quixote e dos 50 da Caminho e um Mural Comunitário para prestar homenagem a Pedro Sobral, gestor da Leya e presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que morreu em dezembro de 2024, vítima de atropelamento.

O grupo Porto Editora afirma-se "otimista" para mais uma edição da "maior celebração do livro em Portugal", assinalando que, mais do que resultados comerciais, "a Feira do Livro é uma plataforma de promoção cultural que permite o encontro entre autores, editores e leitores".

Reforçando o seu compromisso com a promoção da leitura através da diversidade de catálogo e da presença de autores nacionais e internacionais, a Porto Editora conta este ano com 30 pavilhões e 60 mil livros, e uma programação que inclui mais de 200 eventos, revelou.

A Penguin Random House manifestou-se "muito entusiasmada" com esta edição da feira, para a qual voltou a "apostar na aproximação dos leitores e autores", contando receber mais de 100 autores na sua Praça, muitos deles estrangeiros, muitos deles estreantes.

O grupo editorial investe também em eventos para lá dos autógrafos, como conversas, clubes de leitura, 'masterclasses' e promoções que incluem, além da "Hora H" e do "Livro do Dia", a campanha "4 por 3".

Quanto à editora Devir, encara a Feira do Livro de Lisboa como uma oportunidade de reforçar laços com os leitores e alcançar novos públicos.

"Este ano reforçámos a aposta no romance gráfico e nos 'comics', com particular destaque para a linha DC, por isso temos boas expectativas de que esta edição supere as anteriores", disse à Lusa a editora, Ana Lopes.

Apesar do entusiasmo, a editora expressa descontentamento por não ter obtido os três 'stands' solicitados à APEL, considerando essa decisão desajustada "face à relevância da Devir no panorama da banda desenhada em Portugal".

Para Ana Margarida Pinheiro, editora do grupo Almedina, a perspetiva é "muito boa", sobretudo atendendo a que "os portugueses estão a ler mais, os jovens estão a ler mais, conversa-se mais sobre livros e compram-se mais livros".

A editora destaca a Feira do Livro de Lisboa como um evento essencial para editores, livreiros e leitores, permitindo o acesso a uma grande diversidade de livros e autores a preços acessíveis, bem como a "algumas surpresas" das suas chancelas (Almedina, Edições 70, Actual e Minotauro).

Os editores da Guerra e Paz têm "as mais altas expectativas para a Feira do Livro de Lisboa", esperando "crescer 30% em 2025", já que nos últimos anos, além do aumento de números de pavilhões, as vendas cresceram, em valor, entre os 30% e os 50%, de ano para ano.

"Este ano, mantendo o número de pavilhões de 2024, a nossa aposta é na atratividade das nossas novidades e na concentração dos livros da chancela euforia num desses pavilhões, tanto é o público jovem e feminino que nos procura", além de um reforço da sua presença com os Clássicos Guerra e Paz, a coleção Os Livros Não se Rendem e os seus atlas históricos.

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