Os depósitos de fundos de pensões na banca moçambicana caíram 75% no último ano, para o equivalente a 44,5 milhões de euros, segundo dados compilados nesta sexta-feira pela Lusa a partir de um relatório do banco central. De acordo com um relatório de estabilidade financeira, do Banco de Moçambique, o montante de depósitos dos fundos de pensões, “num universo de 17 fundos de pensões complementares e de dois institutos de segurança social obrigatória”, atingiu os 3,34 mil milhões de meticais (44,5 milhões de euros) em 31 de dezembro de 2024.

Em dezembro de 2023 esse montante de depósitos ascendia a 13,11 mil milhões de meticais (174,9 milhões de euros), pelo que o “cenário atesta a redução da exposição ao risco dos ativos dos fundos de pensões nestas instituições de crédito”. “Eventualmente devido à preferência por aplicações alternativas dos seus fundos em detrimento dos depósitos bancários. No período em referência, o peso dos depósitos dos fundos de pensões sobre o total dos depósitos do setor bancário foi de 0,47%, contra 2,06% registados no período homólogo de 2023”, justifica o documento.

Acrescenta que esta redução do peso dos depósitos junto do sistema bancário “vem demonstrar que os recursos dos fundos de pensões tendem a ser uma fonte de financiamento de menor peso, com impacto pouco expressivo na avaliação do risco de liquidez”, já que em 2020 esse peso era de 4,23%, seguindo em queda desde então.

“Os fundos de pensões evidenciaram ser uma fonte menos expressiva para o financiamento do setor bancário, entretanto, relevante para o Mercado de Valores Mobiliários (MVM). Os depósitos dos fundos de pensões representavam 0,47% do total de depósitos do setor bancário. Por seu turno, o peso do valor dos títulos detidos pelos fundos de pensões sobre o total dos títulos do setor do MVM foi de 30,47%”, lê-se ainda.

Acrescenta que “o setor de fundos de pensões evidenciou”, desta forma, ser uma fonte de financiamento relevante para o setor do MVM e menos expressiva para o setor bancário, o qual “possui uma base mais ampla de fontes de financiamento”.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50