
O Governo angolano quer dinamizar o mercado de capitais, transferindo propriedade, gerando liquidez e ampliando a base de investidores, com o lançamento da Oferta Pública de Venda (OPV) de mais de 4,4 milhões de acções do Banco de Fomento Angola (BFA), que passam agora a estar disponíveis ao mercado.
O valor nominal é de 6.000 kwanzas, mas o preço final será definido em bolsa, dentro de um intervalo entre 41.500 e 49.500 kwanzas por acção, em função da procura.
A OPV reserva ainda 2% do capital para trabalhadores e membros dos órgãos sociais do banco, sendo que os dois oferentes são a Unitel, que irá alienar 15% da sua participação, e o BPI, que venderá 14,75%. No caso da Unitel, trata-se de uma oferta enquadrada no Programa de Privatizações do Governo (PROPRIV).
Falando esta Quinta-feira, 04, em Luanda, no acto roadshow para investidores, o presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Alvaro Fernão, explicou que a operação de privatização de 15% do capital social do BFA, detido por via da UNITEL, foi estruturada com o modelo Tag-Along, permitiu incluir 14,75% de acções detidas pelo accionista BPI, totalizando 29,75% do capital social de um dos bancos mais robustos, eficientes e rentáveis do país a disposição do mercado.
“O BFA é dos principais e mais proeminentes players do sistema financeiro angolano, tem servido como um grande pilar, cumprindo sua missão de forma excepcional. Sendo durante décadas, um parceiro valioso no fomento do crescimento de Angola, fornecendo crédito e soluções de financiamento sob medida para empresas, famílias e até clientes institucionais e individuais”, elogiou.
De acordo com o PCA, a decisão de privatizar parte das acções do banco não representam um sinal de desinvestimento, mas um voto de confiança no potencial do banco e na sua capacidade de prosperar em um mercado ascendente, competitivo e aberto.
“Trata-se de um processo que vai muito além da transação em mercado de capitais, mas que materializa os valores que norteiam o PROPRIV, isto é, a transparência, a equidade e a livre concorrência, reforçando o compromisso do Executivo angolano em promover um crescimento económico sustentável, criando oportunidades de investimento tanto para pequenos subscritores como para investidores institucionais”, assegurou.
Lançamento, segundo Alvaro Fernão, também espelha a confiança no ambiente de negócios angolano.
“O Executivo tem desenvolvido reformas estruturantes no acesso ao crédito, na protecção de investidores minoritários, na execução de contratos e na abertura de empresas, sinalizando assim, a selecção do Banco Mundial para Angola integrar o Projecto-Piloto de Avaliação do Ambiente de Negócios”, precisou.
Com uma trajectória de crescimento e inovação, o Banco de Fomento Angola ultrapassou, em 2024, a marca de 3 milhões de clientes e recebeu vários prémios de prestígio, incluindo o de melhor banco do ano em Angola.