
A assembleia-geral, anunciada no início de maio, aprovou os cinco pontos hoje propostos, incluindo a admissão à negociação das ações representativas na Euronext Lisbon, disse fonte próxima do processo.
A proposta foi aprovada com os votos a favor da Lone Star, detentora de 75% do Novo Banco e com a abstenção dos restantes 25%, pertencentes ao Fundo de Resolução (13,54%) e à DGTF - Direção-Geral do Tesouro e Finanças (11,46%).
O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.
Fonte do Fundo de Resolução confirmou a abstenção na votação, remetendo para a decisão da Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, em outubro de 2017, que estabelecia que não exerceria os seus direitos de voto.
Contactado pela Lusa, o Ministério das Finanças não quis comentar a assembleia geral do Novo Banco.
O Jornal de Negócios noticiou hoje que, tal como o Fundo de Resolução, também a DGTF iria abster-se na votação, "devido a compromissos assumidos pelo Estado com a Comissão Europeia, e que se mantêm apesar do fim antecipado do Acordo de Capital Contingente".
A aprovação em assembleia representa uma decisão precedente e não obriga o banco a lançar-se na bolsa, mas possibilita que o faça, caso os acionistas assim o entenderem, uma vez que esta hipótese continua em aberto, a par de uma venda direta.
Segundo o Negócios, o Novo Banco já entregou o prospeto à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) há várias semanas, aguardando a resposta do regulador.
Desde 2017, quando o Novo Banco foi vendido à Lone Star, o Fundo de Resolução bancário injetou 3.405 milhões de euros no banco, provocando várias polémicas políticas e mediáticas. Com o fim antecipado deste mecanismo, em final de 2024, tornou-se possível a venda do Novo Banco e que este pague já dividendos.
A Lone Star anunciou para este ano a venda de parte do banco em bolsa e um plano de distribuição de dividendos para tornar a instituição atrativa para os investidores.
O Novo Banco revelou no início do mês que teve lucros de 177,2 milhões de euros no primeiro trimestre, menos 1,9% do que nos primeiros três meses de 2024.
Os acionistas também aprovaram a revisão integral dos estatutos do banco para que garantam as regras aplicáveis na eventual admissão à negociação em bolsa, bem como a revisão da política de remuneração para os Órgãos de Administração e de Fiscalização do banco e a remuneração dos membros do Conselho Geral e de Supervisão para o mandato de 2025-2028.
Os acionistas aprovaram ainda a eleição dos membros da mesa da Assembleia Geral de Acionistas para o mandato de 2025 a 2028.
JO (IM) // JNM
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