Histórico! A temporada de 2024/25 ficará para sempre gravada a letras de ouro nos pergaminhos do Torreense, como a primeira em que o emblema do Oeste conquistou dois títulos nacionais (para já) de futebol numa só época: juntou a Taça de Portugal Feminina ao cetro da Liga Revelação.

Precisamente, a propósito da vitória épica das meninas azul-grená, no último sábado, na prova-rainha do futebol feminino português, a família torreense reuniu-se esta quinta-feira à tarde para a entrega da Taça de Portugal ao Museu do Torreense.

Numa cerimónia que contou com as presenças dos presidentes do clube e da SAD, José Sebastião e André Baptista, assim como da direção desportiva do futebol feminino, do treinador Gonçalo Nunes e várias jogadoras.

Para André Baptista, é "uma época histórica [do futebol do Torreense] a todos os níveis", sublinhou, sem esquecer: "E para o ano estamos cá, outra vez, com mais objetivos e mais ambiciosos".

Apesar do feito inolvidável do futebol feminino, o presidente da SAD torreense confessou que ficou "uma sensação amarga na boca [por ficar a apenas um ponto do acesso às pré-eliminatórias da champions]", deixando a garantia: "Para o ano prometemos mais trabalho para tentar chegar ao terceiro lugar, sem a pressão de ter um objetivo declarado no início da temporada".

Para finalizar, o dirigente adiantou ainda relativamente às valências do clube: "Faz parte do nosso pensamento melhorar as infraestruturas como um todo. Não só para o futebol mas, também, o futsal. Precisamos, também, aqui, de algum apoio da autarquia que por vezes tem faltado. É nossa vontade continuar a fazer crescer o clube. Não só nas modalidades que existem mas, nas outras que poderão vir a ser, também, modalidades do clube".

Já, Gonçalo Nunes destacou que "a resiliência da equipa com um coração enorme, bem como a união do grupo permitiu-nos superar as adversidades e estar a viver um conto de fadas depois de termos conquistado a Taça de Portugal frente às pentacampeãs nacionais". 

Por outro lado, o técnico da formação de Torres Vedras sublinhou a importância do feito alcançado: "Deixamos legado e aconteça o que acontecer daqui para a frente vamos sempre ficar ligados à história do Torreense". E de peito aberto deixou a promessa: "Não temos receio da responsabilidade e queremos continuar a ser irreverentes e ousados".

Por seu turno, Raquel Ferreira, uma torriense de gema que personifica a mística e a alma torreense, salientou: "Antes de mais, sinto-me muito feliz. Parece que ainda não acordámos deste sonho, sempre dissemos que era um sonho e felizmente foi possível de concretizar. Esta cidade merecia um prémio destes. Foi o terminar a época da melhor maneira possível".

A médio vincou, ainda, que a equipa confiou sempre que iria conseguir conquistar o caneco: "Com um grupo como nós temos, tínhamos que acreditar até ao fim... faltasse um segundo, um minuto ou o tempo que fosse. Acreditámos umas nas outras e deu tudo certo".

E desvendou o segredo: "A união e a alegria do nosso grupo, não pode faltar o trabalho e o talento que temos e tudo junto culminou na conquista da Taça de Portugal".

Quanto à próxima temporada: "Vamos passo a passo, tentar fazer melhor que esta época e ver o que os resultados irão dizer. É sempre um sonho de qualquer jogador, sonha em ganhar a Taça de Portugal, em ser campeão nacional, em jogar uma Champions e acho que sonhar é sempre permitido", desvendou, finalizando com a dedicatória: "À família, que sempre esteve comigo desde que inicei-me no futebol e a todos os torreenses que sei que muitos nos apoiam".

Recorde-se, o Torreense concluiu esta temporada no quarto lugar da Liga BPI - a sua melhor classificação de sempre -, a um ponto de entrar no pódio e do acesso às pré-eliminatórias da Champions feminina. Sendo que, a conquista da Taça de Portugal é o primeiro título do clube no futebol feminino nacional e o quarto da história do futebol do Torreense depois da conquista da segunda divisão, em 1954/55, da Liga 3, em 2021/22, e da recente Liga Revelação.