
Ao terceiro dia, a monotonia. Depois dos cortes da etapa inaugural, após as colinas da segunda jornada, chegaram os longos e planos quilómetros, viajando entre campos de trigo quase sem qualquer metro a subir. Em 178,3 quilómetros entre Valenciennes e Dunquerque, pouca emoção houve. Houve mais dor, a dor de quedas.
Jasper Philipsen, primeiro camisola amarela do Tour, vencedor de 10 etapas nas últimas quatro edições da corrida, foi ao chão na sequência da disputa de um sprint intermédio. O velocista da Alpecin-Decueninck teve de abandonar, perdendo-se um grande candidato à camisola verde.
Subitamente, os três favoritos dos sprints passaram a dois. Ficaram Jonathan Milan e Tim Merlier e, passadas mais de quatro horas de nula tensão competitiva, sem sequer a clássica fuga para mostrar cores dos patrocinadores, foram o italiano e o belga a discutirem o triunfo.
Tim Merlier, da Soudal Quick-Step, deu sequência a uma grande temporada (já 11 triunfos) e foi mais rápido do que o possante Milan, da Lidl-Trek. O terceiro foi o alemão Phil Bauhaus, da Bahrain.
A queda de Philipsen não foi a única a marcar a jornada. Nos quilómetros finais, entre a confusão da chegada em pelotão compacto, no meio da loucura de tentar o melhor resultado possível na corrida que concentra atenções e muda vidas, Remco Evenepol caiu. Também Jordi Meeus, homem rápido com legítimas aspirações, foi ao chão, antes de mais uma valente colisão mesmo na curva final. O perigo, mesmo nestas jornadas de tédio, espreita a cada mudança de direção nos finais em velocidade alucinante.
João Almeida e Nelson Oliveira concluíram o dia sem problemas. A quarta etapa, com chegada a Rouen, volta a ser palco de sobe e desce, com um final ao estilo clássica, onde poderemos ver novo duelo entre Van der Poel e Pogačar.