
A Rússia lançou cerca de 400 'drones' e 18 mísseis contra a Ucrânia durante a noite, com um balanço de dois mortos e 16 feridos, denunciou hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Segundo Zelensky, o novo bombardeamento em grande escala teve como alvo Kiev e a área circundante.
Cerca de metade dos 'drones' era do tipo Shahed, uma tecnologia que Moscovo adquiriu ao Irão no início da guerra e que agora produz em massa nas fábricas russas, referiu numa mensagem publicada nas redes sociais.
Entre os mísseis disparados pela Rússia, havia vários mísseis balísticos, disse Zelensky, citado pela agência notícias espanhola EFE.
Zelensky confirmou o número de vítimas adiantado anteriormente pelas autoridades regionais, de dois mortos e 16 feridos, todos na capital, Kiev.
De acordo com a força aérea ucraniana, foram neutralizados 164 'drones' Shahed, oito mísseis balísticos Iskander-M e seis mísseis de cruzeiro Kh-101.
Zelensky disse que o ataque também afetou as regiões de Chernobyl (norte), Sumi e Kharkiv (nordeste), e Kirovograd e Poltava (centro).
A Força Aérea Ucraniana informou que 33 'drones' de ataque atingiram diretamente oito locais diferentes em regiões não especificadas da Ucrânia.
Fragmentos de 'drones' intercetados caíram em 23 outros locais.
A Ucrânia costumava intercetar praticamente todos os 'drones' Shahed lançados pela Rússia, mas a capacidade de o fazer diminuiu consideravelmente nos últimos meses, em parte devido à escassez de munições.
Kiev espera que o anúncio feito pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que irá enviar mais meios de defesa aérea para a Ucrânia para compensar a falta de munições, seja concretizado o mais rapidamente possível.
"Temos de ser mais rápidos com as sanções e, assim, pressionar a Rússia a sentir as consequências do seu terrorismo. Os nossos parceiros devem ser mais rápidos a investir na produção de armas e no desenvolvimento tecnológico", afirmou Zelensky.
O Presidente ucraniano vai presidir hoje, em Roma, à 4ª Conferência Internacional sobre a Reconstrução da Ucrânia, juntamente com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
Zelensky disse que vai falar sobre a possibilidade de obter financiamento adicional para a produção ucraniana de 'drones' de interceção para responder aos ataques russos.
A Ucrânia já usa 'drones' desenvolvidos e produzidos pela indústria de defesa ucraniana e espera em breve utilizá-los em grande escala para repelir os ataques aéreos russos.
Zelensky referiu ainda que vai discutir hoje com os parceiros da Ucrânia o fornecimento de novos meios de defesa aérea.
A guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, causou dezenas de milhares de vítimas civis e militares de ambos os lados, segundo várias fontes.