
Uma petição pública pede o apuramento de responsabilidades "políticas e criminais" do caso de maus-tratos a dezenas de animais em Foz Côa. A GNR resgatou 73 cães do canil municipal sem condições de salubridade nem cuidados veterinários.
Vários dias após o resgate dos animais "nenhum partido político" demonstrou a "devida indignação, solicitou respostas públicas ou recorreu a instrumentos parlamentares de fiscalização", é dito na petição.
Os promotores salientam que os animais, que se encontravam à guarda do Estado, estavam "à beira da morte com condições degradantes". E especificam que os cães estavam "esqueléticos, doentes, infestados de carraças, privados de afeto, higiene e cuidados médicos".
" Muitos viviam confinados a espaços minúsculos e fétidos, em cima das suas próprias fezes e urina, sem contacto humano digno durante anos", é dito.
Estes casos de maus-tratos revelam uma "falência moral e institucional" e exigem uma "resposta firme" dos partidos políticos.
Neste sentido, a petição pública pede que a Assembleia da República exija explicações formais e públicas, que sejam requeridos relatórios, que o caso seja remetido para o Ministério Público e que os partidos coloquem o tema na agenda parlamentar.
Pede ainda que sejam chamados a dar explicações o presidente da Câmara Municipal de Foz Côa , a médica veterinária municipal, o presidente da junta de freguesia e o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários.
A petição pública foi, até esta sexta-feira à tarde, assinada por cerca de 5 mil pessoas.
Resgate após denúncia de maus-tratos
A GNR, com o apoio do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e do IRA - Núcleo de Intervenção e Resgate Animal, resgatou os 73 animais após uma denúncia de maus-tratos no canil municipal de Vila Nova de Foz Côa.
A Câmara de Vila Nova de Foz Côa diz que desconhecia as condições em que se encontravam alguns animais, assegura que reforçou meios veterinários e procurou ajuda nos canis vizinhos para a sobrelotação, sem sucesso.
O canil municipal foi encerrado. O caso está no Tribunal Judicial de Vila Nova de Foz Côa.