
No mesmo dia em que o PSD vota o apoio à candidatura de Luís Marques Mendes, Henrique Gouveia e Melo apresenta, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, a candidatura a Belém, que oficializou no dia 14 de maio.
Perante uma audiência de 400 apoiantes, e à hora agendada (20:05), o candidato à Presidência da República, explicou que, nos últimos três anos, sentiu, “de forma crescente”, um apelo para que avançasse.
Nesse mesmo período, notou, o “mundo também mudou muito”. "Veem-se nuvens carregadas de incerteza e perigo no horizonte". A guerra voltou ao coração da Europa, destruindo a ilusão de uma paz garantida", acrescentou, antes de apontar que, perante este cenário, o Ocidente “vacila, divide-se e perde o rumo”.
Virou agulhas para os Estados Unidos e atirou que o país agora liderado por Trump “já não garante segurança” e, pelo contrário, “lança incerteza”.
“A força tenta impor-se à razão. A economia global retrai-se e, com ela, esmorece a esperança. As democracias são atacadas de fora e corroidas por dentro. Portugal não está imune, nem numa redoma protetora”, lembrou.
Gouveia e Melo entende que os problemas acima enumerados “são sinais de cansaço, desânimo e desencanto na nossa jovem democracia”. “É por isso que aqui estou”, apontou.
Com a “mesma entrega” com que serviu a Marinha e as Forças armadas durante 40 anos, o candidato a Belém promete “agir”, justificando que ama “este país”.
O antigo almirante recordou que esteve ao lado da nação durante a campanha de vacinação contra a covid-19, altura em que “Portugal mais precicava de organização, confiança e liderança”:
“Nesse momento, mostrá-mos que quando nos unimos vencemos, quando há liderança há confiança, quando acreditamos avançamos.”
País precisa de um “país diferente”
Prosseguiu defendendo que, “mais do que nunca”, o país necessita de um Presidente “diferente”, “capaz de unir, motivar, dar sentido à esperança, capaz de ser consciência e exemplo, capaz de ajudar a mudar aquilo que precisa de ser mudado estável, confiável e atento”. “Acima de disputas partidárias, longe das pressões e fiel ao povo que o elgeu”, completou.
Prometeu ainda ser um chefe de Estado “que não seja um mero espetador da vida política” e que “interpele e exija” sempre que necessário. “Que se faça ouvir usando a palavra com contenção, com substância e com propriedade”, disse.
Após vários meses de impasse, o ex-coordenador da 'task force' da vacinação contra a covid-19 anunciou a decisão de avançar com a candidatura em entrevista à Rádio Renascença.
Nessas declarações explicou que, caso seja eleito, terá uma "forma de atuar muito diferente" de Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo referiu, a sua decisão foi tomada também tendo em conta "alguma instabilidade interna que se tem prolongado" no país, devido a governos de curta duração e à falta de uma governação estável.
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