A porta-voz da Casa Branca durante a Presidência de Joe Biden, Karine Jean-Pierre, vai publicar um livro no qual anuncia a sua rutura com o Partido Democrata, denunciando uma alegada "traição" dessa formação contra o antigo líder que esteve no poder entre 2020 e 2025.

A obra, que estará à venda em outubro com o título "Independente", apresenta um olhar para uma Casa Branca fragmentada além das linhas partidárias.

Nela, Jean-Pierre incentiva os norte-americanos a "abraçar a vida como independentes".

A editora apresenta o livro como uma "avaliação reveladora e inovadora do sistema bipartidário quebrado dos Estados Unidos" e garante que a autora "não tomou de ânimo leve a sua decisão de se declarar independente".

Os bastidores da Casa Branca

No texto, Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca entre 2022 e 2025, relata o que descreve como "as três semanas que levaram Biden a abandonar a sua candidatura para um segundo mandato e a traição do Partido Democrata que motivou a sua decisão".

Biden, de 82 anos, retirou-se da disputa pela reeleição em julho de 2024, diante das pressões internas do seu partido, críticas pela sua idade avançada e questionamentos sobre o seu estado físico e mental.

O chefe de Estado democrata passou o bastão à sua vice-presidente, Kamala Harris, que acabou derrotada nas urnas por Donald Trump nas presidenciais de novembro.

Jean-Pierre, que também fez parte da equipa do ex-presidente democrata Barack Obama (2009-2017), fez história durante o mandato de Biden ao tornar-se a primeira pessoa afro-americana e abertamente membro da comunidade LGTB a ocupar o cargo de secretária de imprensa da Casa Branca.

O seu livro parece posicionar-se como uma resposta a outro título que abalou os alicerces políticos em Washington: "Pecado Original", no qual os jornalistas Jake Tapper e Alex Thompson revelam que o círculo mais próximo do Presidente teria deliberadamente encoberto o seu declínio mental.

O ex-presidente democrata, recentemente diagnosticado com cancro da próstata, afirma que, se tivesse concorrido às eleições de 2024, teria vencido Trump novamente, como fez em 2020.