O escritor britânico Frederick Forsyth, autor de "O Chacal" ("The Day of the Jackal", no original) e de outros romances de espionagem de grande sucesso, morreu hoje, aos 86 anos, após "uma breve doença", informou o seu agente literário.

Segundo Jonathan Lloyd, da agência Curtis Brown, Frederick Forsyth morreu hoje de manhã em casa, rodeado pela família,

Antes de se tornar correspondente estrangeiro e romancista, carreira que seguiu por necessidade financeira, Frederick Forsyth serviu como piloto da Força Aérea Real (RAF).

Em 2015, revelou à BBC que também trabalhou durante vários anos para os serviços secretos britânicos, o MI6, tendo começado nos anos 1960, quando cobriu a guerra civil na Nigéria.

A ideia de escrever livros surgiu-lhe em 1969, quando tinha 30 anos e regressava do Biafra, onde tinha feito a cobertura, para a BBC, da guerra civil no sudeste da Nigéria (1967-1970), desencadeada pela proclamação da independência da República do Biafra.

As suas análises, consideradas pró-biafra, no entanto, não agradaram à linha oficial da rádio nem ao 'Foreign Office', pelo que se demitiu e ficou sem um tostão.

Recorreu então às suas memórias de correspondente em Paris, para onde a agência Reuters, à procura de um jornalista que falasse francês, o tinha enviado no início dos anos 1960, "um milagre" para este jovem 'freelancer', nascido a 25 de agosto de 1938 no condado de Kent, filho de um comerciante de peles e de uma costureira.

Entre 1961 e 1963, "tornei-me a sombra de De Gaulle", explica o escritor na sua autobiografia "The Outsider" (2016).

Era o fim da guerra da Argélia e o início da Organização Armada Secreta (OAS), revela, afirmando: "No dia do atentado do Petit-Clamart, eu estava em Paris... Encontrei aí o pano de fundo para o meu primeiro livro".

Para escrever, este antigo piloto da RAF estabeleceu duas regras então bastante invulgares, e que mais tarde outros autores também seguiram: manter os nomes reais das personagens e contar a história com o máximo de precisão técnica possível.

"O Chacal", publicado em 1971, depois de ter sido recusado por cinco editoras, catapultou-o para a fama internacional. O 'thriller' político sobre um assassino profissional foi adaptado ao cinema em 1973 e mais recentemente transformado numa série televisiva protagonizada por Eddie Redmayne e Lashana Lynch.

Frederick Forsyth, cujas obras eram extremamente bem documentadas, escreveu mais de 25 livros, incluindo "O Afegão", "A Lista da Morte", "Os Cães da Guerra" e "O Punho de Deus", que venderam mais de 75 milhões de exemplares, segundo o agente.

O seu editor, Bill Scott-Kerr, revelou que "Revenge of Odessa" (no original), uma sequela do livro "Odessa", escrita em colaboração com o também autor de 'thrillers' Tony Kent, será publicada em agosto.