A Samsung quis mais do que apresentar equipamentos: quis colocar Lisboa no centro da narrativa de futuro da marca. E fê-lo com confiança, sublinhando o papel estratégico de Portugal no crescimento dos dispositivos dobráveis. “Só em 2024, aumentámos a nossa base instalada de dobráveis em 20%”, afirmou um dos responsáveis pela operação nacional, acrescentando que “entre 45 mil e 50 mil portugueses já usam um smartphone dobrável Samsung no dia a dia”.

Num país onde a atualização para novos formatos é cautelosa, estes números representam uma adoção significativamente mais rápida do que a média dos smartphones tradicionais. Ainda mais relevante: 7% dos novos telefones Samsung vendidos em Portugal já são dobráveis, um sinal de maturidade e aceitação num mercado tradicionalmente conservador em relação a novas tipologias de dispositivos.

Mas mais do que dados, foi a filosofia que impressionou: “Sabemos que este caminho não poderia ser fácil, nem curto. A tecnologia pode evoluir depressa, mas o verdadeiro desafio está na percepção de valor. O consumidor tem de entender o que é que ganha, verdadeiramente, com um novo formato”, explicou a marca.

Fold7: poder na dobra

O novo Galaxy Z Fold7 apresenta-se como o culminar de seis anos de aprendizagem e desenvolvimento. Um equipamento que, fechado, se assemelha a um Galaxy S25 Ultra — mas que, aberto, desdobra-se num ecrã de 8 polegadas, quase cinematográfico. Mais fino (com espessura semelhante a uma porta USB-C), mais leve (menos 61 gramas que o primeiro Fold), e com uma nova dobradiça e chassis redesenhado, o Fold7 aproxima-se, talvez pela primeira vez, daquilo que se poderia considerar um produto de massas.

Na componente técnica, o salto impressiona. O processador é o mesmo da linha S25, potenciando tarefas de IA, multitasking e conteúdos multimédia com fluidez e robustez. A câmara principal é de 200 MP, capaz de captar imagens com 44% mais brilho e quatro vezes mais detalhe, e vem acompanhada por um novo HDR de 10 bits, que aumenta significativamente a profundidade de cor.

A IA assume também um novo protagonismo. Com base no One UI 8 e na Galaxy AI, o Fold7 compreende voz, texto e contexto visual — podendo, por exemplo, identificar objetos no ecrã e sugerir ações contextuais com o apoio da parceria com o Gemini da Google.

Flip7: estilo, portabilidade e inteligência

Se o Fold é o dispositivo de produtividade, o novo Galaxy Z Flip7 é o equipamento de estilo e conveniência. A marca investiu no design — agora com margens 70% mais finas, um ecrã exterior com 120Hz, e mais funcionalidades acessíveis sem necessidade de abrir o telefone.

Também aqui, o interior foi totalmente revisto: a nova bateria oferece até mais 6h30 de autonomia face ao Flip5, e a nova câmara de 50 MP com HDR de 10 bits garante imagens de alta qualidade, mesmo em cenários de baixa luminosidade. O modo selfie exterior traz agora autozoom, ajustes de tom de pele e luminosidade em tempo real.

A IA está omnipresente, mas de forma discreta e prática. A câmara pode reconhecer objetos, sugerir cuidados com plantas ou dar dicas de moda — tudo isto apenas com a voz ou um gesto. A personalização vai desde o Now Bar, que oferece atalhos inteligentes, até ao Now Meet, que adapta o telemóvel à rotina do utilizador.

Portugal como laboratório e farol

Os responsáveis da Samsung destacaram que a realidade portuguesa tem sido uma fonte contínua de aprendizagem. Os milhares de utilizadores de dobráveis no país funcionam como “um laboratório vivo”, permitindo à marca testar funcionalidades, perceber hábitos e ajustar o valor percebido. “É um desafio constante, mas também uma oportunidade real de nos reinventarmos todos os dias”, sublinharam.

Para a Samsung: a tecnologia não se limita ao que pode fazer — mas ao que permite às pessoas fazerem com ela. É por isso que a Samsung quer “reinventar não apenas o software, mas o próprio formato físico do smartphone”, numa era onde o telemóvel já deixou de ser apenas um dispositivo de comunicação para se tornar uma extensão do corpo e da identidade.

O ecossistema, a próxima fronteira

Mas a aposta da marca não se esgota nos dobráveis. O crescimento do chamado “ecossistema Galaxy” foi outro ponto-chave. Um em cada quatro utilizadores dos modelos premium (S e Z) em Portugal já usa também um Galaxy Watch — um número que, embora pareça modesto, coloca Portugal entre os países com maior taxa de adoção de wearables em proporção com smartphones.

“Três em cada quatro ainda não consideram esses produtos”, reconheceu a marca, “mas vemos isso não como uma barreira, mas como um convite a entender melhor como podemos entregar valor real.” Relógios, tablets, e uma IA cada vez mais integrada são as próximas etapas de um ecossistema que quer ser mais útil do que apenas ‘conectado’.

Fold7 FE: democratizar a inovação

A apresentação terminou com o anúncio de um terceiro modelo — o Galaxy Z Fold7 FE. Mais compacto, com câmara de boa qualidade e processador eficiente, é uma proposta pensada para alargar a base de utilizadores dos dobráveis. A partir de 1.099€, é um passo na democratização da inovação — e um sinal claro de que a Samsung quer transformar o dobrável de objeto aspiracional em ferramenta quotidiana.

Disponibilidade e cores

  • Galaxy Z Fold7: a partir de 2.169€, com versões de 256 GB, 512 GB (ambas com 12 GB de RAM) e 1 TB (com 16 GB de RAM).
  • Galaxy Z Flip7: desde 2.249€, em variantes de 256 GB e 512 GB com 12 GB de RAM.
  • Galaxy Z Fold7 FE: único modelo de 256 GB, com preço base de 1.099€.

Quatro cores estão disponíveis: preto noturno, azul escuro, e — dependendo do modelo — o cinzento escuro, o vermelho coral e o exclusivo metal.

No Campo de Santa Clara, no meio das varandas floridas de Alfama, a Samsung projetou uma visão de futuro que se dobra — mas não se rende. O Fold7 e o Flip7 não são apenas produtos; são declarações de intenção. Lisboa, com o seu charme antigo e energia renovada, serviu de palco ideal para uma marca que acredita que o futuro cabe na palma da mão — e que, dobrado, se transporta com mais humanidade.