De acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas, as situações verificadas de perca de dentes traduzem-se em casos de “auto-tratamento ortodôntico”, resultantes de sistemas de alinhadores dentários vendidos on-line, sem a devida supervisão médica. Estes alinhadores transparentes são criados por meio de tecnologias que não têm em conta as condições em que se encontram as pessoas que os vão receber.
Também de acordo com a opinião de João Cerejeira, “a principal negligência relaciona-se com movimentação dentária imprópria por mau planeamento e falta de supervisão médica, ainda que determinados tipos de material com propriedades elásticas desadequadas possam também ter alguma implicação negativa no movimento dentário”.
Além da perda de dentes, o especialista em Ortodontia salienta que podem também ocorrer situações graves de comprometimento periodontal, como perda de gengiva ou de osso alveolar, situações complexas de más-oclusões com ou sem os dentes alinhados, com frequente repercussão negativa nas articulações têmporo-mandibulares e músculos oro-faciais.
“Os médicos dentistas e os ortodontistas são os profissionais devidamente credenciados para estabelecer um diagnóstico e executar o plano de tratamento.”
Apesar de os softwares de ortodontia digital e os sistemas de inteligência artificial “serem ótimos auxiliares no planeamento dos tratamentos”, não substituem a examinação por parte de um médico dentista, indica João Cerejeira. São, sim, ferramentas que um ortodontista tem ao seu dispor para diagnosticar e planear os seus casos clínicos.
O médico refere ainda que perante a constatação de informações na Internet que possam conduzir a opiniões erróneas relativamente ao tratamento pretendido, o paciente deve procurar obter informação junto de médicos dentistas ou ortodontistas, uma vez que a movimentação dos dentes é um procedimento médico, e deste modo o profissional pode recomendar ao paciente o tratamento mais adequado e proceder com o acompanhamento regular.
CG
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