
Hoje, mais do que nunca, damos valor a ter saúde e, também, a poder viajar. E a verdade é que a falta de cuidados com a saúde pode arruinar uma viagem.
A partir do momento em que temos a sorte – porque se trata de sorte – de nascer/crescer numa família inclusiva, em que os pais fazem questão de nos levar sempre de férias com eles (seja qual for o destino), viajar torna-se parte do nosso crescimento, forma de estar e ver o mundo, para além de moldar a nossa personalidade e as nossas escolhas. Foi graças aos meus pais que conheci logo desde muito cedo grande parte da Europa, viajei até à China, estive em alguns países de África e do Médio Oriente e também em várias ilhas das Caraíbas.
Com a idade, e nomeadamente a partir do meu ano de Eramus em Paris (2007-2008), comecei a ganhar bastante autonomia e a organizar viagens com os amigos, tendo passado pela Birmânia, Tailândia, Cambodja, Estados Unidos e Colômbia, por exemplo. Quando estes começaram a organizar a sua vida, começou a ser mais difícil ter companhia. Experimentei ainda 2 viagens por agências de aventura (Madagáscar, Guatemala, El Salvador e Nicarágua), onde privei com pessoas que já tinham um pensamento um bocadinho “à frente” do meu – e foi aí que, após um longo processo de maturação, dei o passo seguinte – o de começar a viajar sozinha.
Durante muito, muito tempo, abstraí-me de fazer qualquer tipo de contagem de quantos países já teria visitado, então, num dia mais calmo imprimi da internet, uma lista com todos os países do mundo… e foi aí que me apercebi que já ia nos 67, muito acima de qualquer expectativa. Uns mais surpreendentes, outros menos marcantes, como em tudo na vida, mas cada um deles com características únicas.
A minha viagem mais marcante será sempre a respeitante ao ano de 2018, na qual fiz sozinha ummochilãode 5 meses (2 dos quais no Hawaii e 3 na América do Sul), seguindo-se outros 3 meses em que fui trabalhar para um cruzeiro de luxo nas Caraíbas, simplesmente pela experiência e aventura. Esta foi a viagem mais transformadora da minha vida, a que reorganizou prioridades e definiu o caminho para uma vida mais equilibrada e satisfatória. Ainda hoje, mantenho contacto regular com pessoas que conheci nessas ocasiões.
Agora, vou parecer suspeita na minha resposta, porque esta é a minha área de trabalho, mas acredito honestamente que a dica mais valiosa que posso oferecer é a de zelarmos pela nossa saúde antes da viagem começar, antecipando quaisquer ocorrências que possam surgir. Nada pode ser tão impeditivo de uma viagem bem-sucedida como não nos sentirmos a 100% para desfrutar dela, ou pior, ficarmos doentes a meio.
Por esse motivo, recomendo sempre a Consulta do Viajante, assim como que se façam acompanhar de um Seguro de Saúde que cubra os objetivos da viagem. Concretizando: não faz sentido alguém gastar centenas (milhares?) de euros para ir com a família para um destino de sonho, se passar metade dos dias na cama ou na casa-de-banho. Ou viajar para um destino com incidência importante de casos de malária e pensarmos que só acontece aos outros, ou que os receios e mitos associados aos antimaláricos são mais importantes que uma proteção eficaz.
Ou (pior, mas infelizmente real), continuarmos mundialmente a ter casos de turistas que morrem por terem contactos com animais com raiva, não sabendo que a mesma é uma doença mortal, mas que seria facilmente evitável com aconselhamento prévio adequado. A minha dica mais valiosa, e sem dúvida nenhuma a que oferece maior retorno, é, portanto, no sentido de apostar na prevenção e educação deste tipo de situações.
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