
A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa lançou um forte apelo público à administração da fábrica, exigindo medidas urgentes para combater as elevadas temperaturas que se fazem sentir nas instalações da unidade industrial de Palmela. Os operários denunciam condições de trabalho “deploráveis”, que consideram indignas da dimensão e responsabilidade social da Volkswagen.
Nos últimos dias, os colaboradores da fábrica enfrentam um cenário descrito como “incompatível com a dignidade mínima exigida num ambiente laboral”, com falhas repetidas na climatização, temperaturas elevadas e ausência de respostas eficazes da direção da empresa, apesar de compromissos anteriormente assumidos.
Além do ambiente interno da fábrica, os problemas alastram-se aos transportes da empresa, com reclamações generalizadas sobre o calor insuportável nos autocarros que transportam os trabalhadores. A Comissão relata ainda que, na última noite, todas as máquinas da cantina estiveram inoperacionais, deixando vários trabalhadores sem acesso a refeições, o que agravou o clima de tensão entre os turnos noturnos.
Face a este cenário, a Comissão de Trabalhadores afirma que a situação, se não for resolvida de imediato, poderá conduzir a problemas de saúde, quebra de produtividade e aumento do risco de acidentes de trabalho, apelando a uma tomada de posição célere por parte da administração da Volkswagen Autoeuropa.
Entre as medidas urgentes exigidas destaca-se o reforço imediato das pausas técnicas, a distribuição de águas frescas em todas as áreas da fábrica, e a instalação de equipamentos de ventilação adequados para aliviar as condições extremas a que os trabalhadores estão sujeitos.
A Comissão sublinha que a empresa tem falhado sistematicamente os compromissos assumidos com os representantes dos trabalhadores, agravando uma crise que ameaça o equilíbrio e o funcionamento normal da produção.
“Aguardamos uma tomada de posição clara, objetiva e responsável da parte da empresa, em respeito pelos seus trabalhadores e pelos compromissos anteriormente assumidos”, lê-se na nota divulgada pela estrutura representativa.
A Autoeuropa, uma das maiores empregadoras privadas do país, com forte impacto na economia nacional e na região de Setúbal, não respondeu ao pedido de esclarecimentos que o Diário do Distrito solicitou esta manhã, nem às exigências colocadas pelos trabalhadores.
