O Panteão Nacional, em Lisboa, acolhe, a partir de 23 de janeiro, uma exposição inédita que celebra o Tesouro de Nossa Senhora das Salas, no âmbito do 5.º centenário da morte de Vasco da Gama. A mostra, fruto da colaboração entre o Museu de Sines, a Câmara Municipal de Sines e a Paróquia de Sines, estará patente até 27 de abril. A inauguração está marcada para as 18h00.

A exposição reúne cerca de 80 obras de arte, a maioria oriunda da Igreja de Nossa Senhora das Salas, em Sines. Este templo foi erigido por ordem de Vasco da Gama, em agradecimento pelo sucesso da viagem que abriu a rota marítima para a Índia, inaugurando uma nova era na História mundial.

A iniciativa insere-se num contexto especial: a igreja de Sines será alvo de uma profunda campanha de recuperação em 2025, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da Cultura. Durante as obras, todas as peças de arte serão retiradas do interior do templo, sendo o Panteão Nacional escolhido como o local ideal para preservar e apresentar ao público este valioso acervo.

Uma homenagem a Vasco da Gama

A exposição assinala os 500 anos da morte de Vasco da Gama, um dos maiores exploradores da História, que faleceu a 24 de dezembro de 1524, em Cochim, na Índia, onde se encontrava como vice-rei. Este célebre navegador, natural de Sines, regressou triunfalmente da sua primeira viagem à Índia e rapidamente mandou construir a Igreja das Salas, marcando para sempre a história da sua terra natal.

Na fachada da igreja, Vasco da Gama deixou a sua marca, colocando a sua pedra de armas e uma lápide com os seus títulos. Contudo, o senhorio de Sines, prometido ao navegador como recompensa pelo sucesso da sua viagem, nunca lhe foi atribuído. O conflito com a Ordem de Santiago e o afastamento imposto por D. Manuel I levaram-no a ser expulso da vila.

Um tesouro surpreendente

Apesar de Sines ser historicamente considerada uma localidade modesta, o acervo de Nossa Senhora das Salas surpreende pela sua riqueza e qualidade artística. As ofertas votivas, feitas por pescadores e marítimos em devoção à padroeira, testemunham a ligação profunda da comunidade à igreja e ao ilustre filho da terra.

Agora, este tesouro sacro, uma construção coletiva de arte e fé, ganha uma nova dimensão ao ser exposto no Panteão Nacional, permitindo que visitantes de todo o país conheçam a herança cultural de Sines e a memória de Vasco da Gama, o Almirante dos Mares das Índias.

A exposição promete ser uma viagem pela História de Portugal e uma homenagem àqueles que, com coragem e engenho, mudaram o curso da Humanidade.