A edição de 2025 do EA Live Évora tem início esta quinta-feira, 10 de julho, na Adega Cartuxa – Quinta de Valbom, com o concerto de Matias Damásio.

Ao longo de dois fins de semana consecutivos, até 19 de julho, o festival propõe seis dias de música portuguesa ao vivo, combinada com experiências vínicas e momentos de convívio ao pôr do sol, num modelo que tem vindo a afirmar-se no panorama cultural nacional.

Criado em 2021, ainda em contexto pandémico, o EA Live Évora consolidou-se como um festival de nicho, com lotação limitada e ambiente informal. «Desde esse momento foi logo imediatamente acarinhado e muito bem recebido numa primeira fase pela cidade de Évora e agora, cada vez mais, eu diria, de âmbito nacional», afirma João Teixeira, diretor comercial da Adega Cartuxa.

O crescimento tem sido contínuo. Este ano, o evento deverá ultrapassar as 8 500 entradas. «Em 2021 tivemos 2 000 pessoas em quatro dias. Em 2025, vamos superar as 8 500 em seis dias. É um crescimento muito significativo», sublinha o responsável. Segundo a organização, mais de metade do público continua a ser do distrito de Évora, mas há um aumento constante da procura vinda das regiões de Lisboa, Leiria e Setúbal.

O cartaz inclui os seguintes artistas principais: Matias Damásio (10 julho), Sara Correia (11), Amália Hoje (12), Calema (17), Rui Veloso Trio (18) e Delfins (19). Cada concerto é seguido de uma “EA Live Party” com DJ no pátio da adega.

Uma das principais novidades é a introdução de um dia sem lugares marcados, permitindo público exclusivamente em pé. «Vamos ter pela primeira vez um dia sem lugares sentados, completamente em pé. Um dia de 1 800 pessoas com os Calema, o que representa uma experiência nova que, quem sabe, poderemos repetir no futuro», adianta João Teixeira. Apesar da capacidade legal permitir números superiores, a organização optou por manter limites para preservar o conceito do festival: «Não queremos perder esta sensação de conforto e de bem-estar que tem sido reconhecida por quem nos visita.»

Este ano, Rui Veloso Trio substitui Jorge Palma no dia 18 de julho, após o músico ter sido submetido a uma intervenção médica. «Não esteve no cartaz inicial, mas por uma infelicidade do Jorge Palma, tivemos também a felicidade, digamos assim, de conseguir repetir o Rui Veloso», refere João Teixeira. O concerto mantém o formato intimista, com guitarra e voz.

Com o conceito “música e vinho”, o EA Live pretende ir além do modelo habitual dos festivais. «Transformámos esta marca de vinho também numa marca de cultura, ocupando um espaço na música que estava muito associado às bebidas espirituosas e à cerveja», afirma o diretor da Adega Cartuxa, acrescentando que o festival é uma forma de «jogar em casa» e reforçar a ligação entre a Fundação Eugénio de Almeida, a marca EA e o território de Évora.

O festival inclui um kit de entrada com lanyard, copo reutilizável e três vinhos EA. Os espetáculos têm início às 19h30, aproveitando o cenário natural das vinhas ao entardecer. «É esta experiência de convívio com o pôr do sol, o vinho e a música que queremos que as pessoas levem para casa. Que saiam com uma enorme satisfação, com uma experiência de marca incrível e que queiram voltar», refere João Teixeira.

A diversidade do cartaz tem também em conta um equilíbrio geracional. «Tentamos encontrar uma fórmula em que o público mais jovem tenha interesse, sem afastarmos uma geração habituada ao vinho e a artistas com percurso mais longo. Os Delfins, por exemplo, esgotaram em poucos dias», exemplifica.

No encerramento da conversa, João Teixeira reforça a ambição da iniciativa: «A expectativa é que corra tudo pelo melhor, como tem ocorrido nos anos anteriores. E que, quando pensarem no verão de 2026, as pessoas olhem para o calendário e se perguntem como será a próxima edição.»