José Costa comemorou, no dia 4 de julho, duas décadas ao serviço do futebol da Oliveirense. Antes de chegar a Oliveira de Azeméis, foi roupeiro no AC Cucujães. Aos 72 anos, é o homem que trata dos equipamentos, e não só, na Oliveirense SAD e é uma figura da Oliveirense. A SAD prestou-lhe homenagem pelos seus 20 anos de dedicação com o lançamento de camisolas de treino que carregam o rosto do sr. José.

20 anos na Oliveirense. “Já no Cucujães eu era uma pessoa muito exigente comigo mesmo. Isto tornou-se uma paixão. Eu fui muito bem recebido pelas pessoas da Oliveirense, na altura o mister Pedro Miguel recebeu-me muito bem. Eu achava que podia dar tudo de mim em prol da Oliveirense para que tudo corresse bem. Tentei ter sempre um bom relacionamento com as pessoas. Na rua, noto que as pessoas me acarinham muito e isso é uma grande satisfação”.
O primeiro contacto para quem chega. “Quando chegam novos elementos — jogadores, treinadores e dirigentes — eu digo que sou rigoroso e levo tudo a sério e não gosto que pisem o risco. Sou uma pessoa reservada, mesmo nos jogos vivo o jogo à minha maneira. Gosto de estar no meu canto”.
Saber Receber bem. “Eu tenho a preocupação de receber bem as pessoas. Fico frustrado se perdermos, mas não posso misturar os sentimentos. Respeito o emblema que tenho ao peito, recebo bem as pessoas, porque se não receber bem é a Oliveirense que está em causa. Antes dos jogos eu digo aos jogadores: o meu trabalho está feito. Agora façam vocês o vosso. A minha preocupação é também ajudar os jogadores”.
Diferenças de 2005 para 2025. “Os métodos de trabalho são diferentes. Todos os bocadinhos que tenho, eu gosto de observar [os treinos]. E estou a gostar deste novo treinador. Mas noto muita diferença. Quando eu cheguei as coisas não eram assim. Havia o treinador Pedro Miguel, o prof. Espiga e o Zé Alberto. Hoje os treinadores trazem a usa equipa técnica, há uns que transitam da época anterior, há um estagiário, um observador. Não sou contra isso. Agora é totalmente diferente. Antes poucos vídeos se viam e hoje veem muitos vídeos”.
Oliveirense continua na Liga 2. “A minha reação foi pela positiva, com lágrimas. Lágrimas de alegria e não as de tristeza como foram em Felgueiras quando soubemos que tínhamos descido. Eu vivo intensamente a situação. Há uns anos, era difícil perder em casa e virávamos os resultados com uma facilidade enorme. Na última época começávamos alguns jogos a perder e depois ficávamos intranquilos, com a necessidade de fazer pontos, e foi o que eu notei. Acho que se ‘adormeceu’ um bocadinho.
“Grupo fantástico e unido”. “Estou a ver um plantel jovem, um treinador jovem, adjuntos com muita vontade de ajudar e transmitir aos jogadores que temos de ser uma equipa e bater-nos sempre para não adormecermos e mantermo-nos mais vivos. Como grupo, para já é fantástico e está unido e quando assim é as coisas são mais fáceis”.
José Costa ou ‘Ti Zé Vareiro’. “O Ti Zé Vareiro já vem desde quando eu jogava no Cucujães e depois, com o passar da idade, começaram a tratar-me por ‘Ti Zé’. O meu pai era natural de Ovar (vareiro) e eu fiquei também com esse nome”.
O futuro. “Quero sempre acabar, mas vou continuar mais uma época. Interiormente sentia-me triste. O que me levou a dizer ‘sim’ foi o respeito que também tenho pelas pessoas que acreditam em mim e o apoio da minha família. É o bichinho...”.
Mensagem para os adeptos
“Acreditem, comecem a ir ao estádio, porque nem todas as épocas são más. E é nos momentos mais difíceis, como na nossa vida pessoal, que precisamos de mais apoio. E tenho notado que as pessoas estão mais arredadas do futebol. Por isso, peço aos adeptos que acreditem e voltem ao estádio e ajudem para que as coisas corram pelo melhor”.
