
O PSD criticou a gestão CDU da Câmara de Évora por alegada “falta de preparação” para a entrada em vigor da taxa turística, alertando que os empresários ainda não dispõem de informação sobre o funcionamento da medida.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, eleito pela CDU, considerou que as críticas dos sociais-democratas visam “contrariar a ideia de que deve haver uma taxa turística” no concelho.
“O PSD sempre manifestou algum desagrado relativamente a essa matéria e, portanto, continua a fazer isso”, salientou.
Em comunicado, a Concelhia de Évora do PSD manifestou preocupação com a forma como está a ser conduzido o processo de introdução da taxa turística no concelho, cuja entrada em vigor está prevista para 01 de agosto.
“Os empresários continuam sem informação a cerca de 15 dias da sua implementação e a reunião de esclarecimento está agendada três dias antes da entrada em vigor da taxa”, alegaram os sociais-democratas.
Citado no comunicado, o presidente da Concelhia de Évora do PSD e também vereador do partido no município, Henrique Sim-Sim, criticou “a passividade” da gestão CDU na execução desta medida.
“Não está em causa o princípio da taxa turística, uma vez que já foi aprovada. Está em causa a total ausência de comunicação e articulação com quem vai ter de a cobrar aos turistas e, depois, enviar essas quantias para a câmara”, afirmou.
Henrique Sim-Sim defendeu que o município “tem o dever de informar, divulgar e preparar atempadamente a introdução desta medida que propôs”, advertindo que esta taxa “tem impacto direto nas operações diárias dos hoteleiros e outros empresários”.
Até agora, “não houve sessões públicas de esclarecimento, nem qualquer canal oficial que permita aos empresários saber como devem proceder, estando apenas prevista uma alegada reunião no dia 28 de julho, três dias antes da entrada em vigor”, realçou.
Já o presidente da Câmara de Évora esclareceu que o município “teve, num espaço relativamente curto de tempo, que adquirir uma plataforma e pô-la a funcionar”, tendo já marcado uma sessão, para a qual “saíram os convites há alguns dias”.
“Era bom ter sido feito com mais tempo, mas tínhamos de ter a certeza de como é que funcionava a plataforma e como eram feitos os procedimentos para se poder explicar aos operadores”, justificou.
Pinto de Sá sublinhou que a autarquia vai “colaborar com todos os operadores para que o processo corra da melhor forma possível”, esperando que “os problemas que venham a acontecer possam ser ultrapassados”.
No comunicado, o líder do PSD de Évora disse que a medida “envolve muitas empresas e profissionais a quem é preciso dar informação e formação” e avisou que, se for mal preparada, “impacta ainda mais a perceção que os turistas têm” deste destino.
“Os empresários já têm muitas preocupações nesta época do ano, não precisam de mais. É preciso exigência e responsabilidade”, frisou, exigindo a disponibilização urgente de informação sobre o procedimento e a realização de sessões de esclarecimento.
A Câmara de Évora vai começar a cobrar, a partir de 01 de agosto, uma taxa de 1,5 euros por hóspede e por noite nos estabelecimentos turísticos do concelho, com algumas isenções, prevendo uma receita anual mínima de 600 mil euros.
A taxa turística foi aprovada, por maioria, na câmara e na assembleia municipal, com a abstenção do PSD.