
Os eleitores do concelho de Portalegre conhecem, até este momento, apenas duas candidaturas às autárquicas deste ano, a da presidente do município, pelo PSD/CDS-PP, e a do Chega, sendo ainda um ‘mistério’ as apostas de outros partidos.
Engenheira de produção animal a título profissional e presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Fermelinda Carvalho, de 54 anos, está a cumprir o primeiro mandato na Câmara de Portalegre e já anunciou que se recandidata ao cargo pela coligação PSD/CDS-PP.
Já o Chega aposta em João Lopes Aleixo, que foi eleito deputado pelo círculo eleitoral de Portalegre nas últimas eleições legislativas, tendo agora assumido a sua candidatura à câmara da capital de distrito.
A poucos meses do ato eleitoral estão ainda por conhecer os candidatos de outras forças políticas, com principal relevo para o PS e para o movimento Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP), que estão representados no atual executivo e na assembleia municipal.
Em junho, quando anunciou a recandidatura ao cargo, Fermelinda Carvalho assumiu que voltava a entrar na corrida eleitoral devido ao compromisso que assumiu com a população há quatro anos.
“Eu assumi, há quatro anos, um compromisso com os portalegrenses e esse compromisso é para continuar, porque há um trabalho que não está concluído, na minha opinião”, disse, em declarações à agência Lusa.
De acordo com a autarca, que nas últimas autárquicas “roubou” a liderança do município à CLIP, o primeiro mandato “é muito pouco” tempo para executar os projetos traçados para um concelho.
Questionado pela Lusa, em junho, quando anunciou a candidatura pelo Chega, João Lopes Aleixo, de 53 anos, prometeu que, caso seja eleito presidente do município, abandona a função de deputado na Assembleia da República.
“Eu estou a concorrer às autárquicas para ganhar e para ser presidente da câmara. Tenho de deixar [o cargo de deputado caso vença as autárquicas], aliás pela lei tenho de o fazer, é uma incompatibilidade e assumiria o lugar de presidente de câmara”, disse.
O candidato, gestor de profissão, explicou ainda que concorre à Câmara de Portalegre para evidenciar que “é muito importante” que os deputados mostrem que o partido “está junto das pessoas”.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), este concelho, com 447,14 quilómetros quadrados de área, tem cerca de 22 mil habitantes.
Sem ligação direta por autoestrada e com uma estação de comboios a mais de 10 quilómetros da cidade, Portalegre continua com o futuro ‘adiado’ e aguarda a criação de mais emprego para acolher mais pessoas no território.
É este o cenário, com a serra de São Mamede como ‘pano de fundo’, que os candidatos têm pela frente nas eleições autárquicas, embora, nesta altura, a corrida eleitoral ainda esteja ‘meio adormecida’, com apenas estas duas candidaturas conhecidas.
O atual executivo é composto por três eleitos da coligação PSD/CDS-PP, dois do PS e dois da CLIP.
Na Assembleia Municipal de Portalegre, onde a coligação PSD/CDS-PP tem 12 eleitos, a oposição tem maioria, com oito do PS, oito da CLIP e um da CDU.
As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.