Novak Djokovic perdeu a meia final em Wimbledon, onde já venceu sete vezes, e, no final, foi claro nas razões que encontrou: «A realidade está a bater-me de frente, no último ano e meio, como nunca antes... Cheguei às semifinais de todos os Grand Slams deste ano. Tenho de jogar contra Sinner ou Alcaraz... Sinto que vou para a partida com o depósito meio vazio», disse o sérvio de 38 anos.

Apesar de ter revelado que não estava fisicamente a 100 por cento, e de Sinner até lhe ter pedido desculpa junto à rede, Nole desvalorizou todas as atenuantes.

«Ele desculpou-se por eu me ter sentido mal hoje. Mas não tem nada que pedir desculpa. Ele jogou muito bem hoje e, no último ano e meio, tem sido o melhor jogador do mundo. Ele terá hipóteses de ganhar o seu primeiro título em Wimbledon. Desejei-lhe sorte, será a primeira final dele aqui e tenho certeza de que estará superanimado. Depois da final que disputaram em Paris, acho que a expectativa para esta final é grande. É incrível. Eles estão definitivamente vários níveis acima de todos nós», reconheceu.

«Não acho que seja azar. É só a idade. O desgaste do corpo. Por mais que eu esteja a cuidar dele, a realidade é esta e estou a encará-la, neste último ano e meio, como nunca antes, para ser sincero. É difícil para mim aceitar isto, porque sinto que, quando estou descansado e em forma, ainda consigo jogar um ténis muito bom. Provei isso este ano. Jogar à melhor de cinco, especialmente este ano, tem sido uma verdadeira luta física para mim. Quanto mais o torneio se prolonga, pior a condição física fica. Cheguei às meias de todos os Grand Slams este ano», repetiu. «Mas Alcaraz, Sinner estão em forma, são jovens, focados. Não é possível vencer partidas assim. É o que é. É uma daquelas coisas que temos que aceitar e abraçar de alguma forma. Lidar com a realidade como ela é e tentar tirar o máximo proveito dela», disse na conferência de imprensa.

E se pela cabeça de muitos passou que esta seria a sua despedida, o sérvio apressou-se a acabar com as dúvidas. Pelo menos para já. «Ficaria triste [se fosse minha última], mas espero que não seja minha última partida no court central. Não pretendo terminar a minha carreira em Wimbledon hoje. Pretendo voltar, definitivamente, pelo menos mais uma vez», avisou.