
O Complexo Solar Fotovoltaico do Sado, a instalar nos concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, prevê a ocupação de 1.272 hectares e a colocação de 1.121.364 módulos fotovoltaicos bifaciais. O projeto, promovido pela empresa Tecneira – Tecnologias Energéticas, S.A., foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para efeitos de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), através da respetiva Proposta de Definição de Âmbito.
Com uma potência instalada de 600 megawatts (MW), a central terá capacidade para produzir anualmente 1.571 gigawatts-hora (GWh) de energia elétrica de origem renovável. Está também previsto um sistema de armazenamento de energia com 300MW/600MWh, que permitirá maior flexibilidade na gestão da produção e reforço da estabilidade da Rede Elétrica de Serviço Público (RESP), à qual será ligada por uma linha de muito alta tensão (400kV) com cerca de 12 quilómetros.
Os painéis fotovoltaicos, com tecnologia de silício monocristalino bifacial, serão instalados em estruturas de seguimento solar Leste-Oeste, ocupando diretamente 356 hectares da área total do projeto. A restante área contempla caminhos internos, equipamentos técnicos, zonas de apoio à operação e vedação.
A proposta integra ainda uma subestação elevadora de tensão (30/400kV) com 870MW, instalações de videovigilância, postos de transformação, sistema de monitorização e edifícios técnicos amovíveis.
De acordo com o documento técnico submetido, o projeto permitirá evitar a emissão de cerca de 326.768 toneladas de dióxido de carbono por ano e está alinhado com as metas do Plano Nacional de Energia e Clima 2030, contribuindo para a transição energética e para os compromissos nacionais de neutralidade carbónica até 2050.
O projeto da Tecneira resulta de dois pedidos de reserva de capacidade junto da REN, com 300MW cada, classificados em 2.º e 3.º lugar no processo conduzido pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). A ligação à rede será feita ao futuro Posto de Corte de Alcácer do Sal, previsto no Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte (PDIRT 2025-2034).
A área de implantação coincide parcialmente com a Zona Especial de Conservação Comporta/Galé e será alvo de análise quanto aos impactes ambientais, sociais e territoriais, no âmbito da Avaliação de Impacte Ambiental conduzida pela APA.