
O presidente da APORMOR, Joaquim Capoulas, defendeu que a preservação do montado é uma condição essencial para garantir a sustentabilidade económica, social e ambiental do Alentejo.
«Todos temos o dever de entregar o montado e o território rural às novas gerações em tão bom estado como o recebemos», afirmou o dirigente, recordando que o montado é uma criação humana adaptada ao clima mediterrânico, onde coexistem floresta, pastagens e animais de pastoreio.
A APORMOR tem colaborado com a Universidade de Évora na implementação de um plano de gestão do montado, aprovado por Portugal e pela União Europeia. Montemor-o-Novo foi escolhido como concelho piloto, num projeto de cinco anos que envolve parcelas de 50 hectares monitorizadas anualmente.
«A conservação do montado exige a preservação do solo, das pastagens e da floresta de sobreiros e azinheiras. Os animais ruminantes têm aqui um papel central, pois transformam a fibra em proteína essencial para a alimentação humana e para a fauna selvagem», explicou.
Capoulas alertou para os riscos da substituição de áreas de pastoreio por culturas de regadio e centrais fotovoltaicas. «Em nome do ambiente e do combate às alterações climáticas têm-se cometido crimes ambientais e económicos em Portugal e no nosso Alentejo, incluindo a destruição de áreas de montado e terras de cultivo», denunciou.
Para o dirigente, a preservação do montado é uma tarefa de várias gerações e só será possível com a motivação de quem vive diariamente no campo. «São estes e mais ninguém que podem conduzir à recuperação do montado», frisou.