
Nuno da Câmara Pereira, conhecido fadista e atual candidato do Chega à Câmara Municipal de Belmonte, está sob investigação por alegado envolvimento numa fraude relacionada com a herança da Condessa de Tarouca, Eugénia Teles da Silva. O caso envolve ainda três irmãos do artista e outros dois herdeiros, todos suspeitos de falsificação de documentos para benefício próprio.
Segundo uma denúncia apresentada por 25 dos 77 herdeiros ao Ministério Público, Nuno da Câmara Pereira registou, a 18 de julho de 2024, o imóvel conhecido como Salão Lisboa, situado na Rua da Mouraria, Martim Moniz, Lisboa, em seu nome, apesar de não ter havido partilha formal da propriedade. Os queixosos afirmam que o imóvel permanece indiviso e que o registo foi feito à margem da legalidade.
A alegada fraude foi detetada durante a avaliação do imóvel para futura venda. A propriedade em causa tem cerca de 481 metros quadrados e representa um dos bens mais valiosos da herança. Os herdeiros apresentaram ainda três testemunhas para corroborar a acusação.
Nuno da Câmara Pereira foi líder do Partido Popular Monárquico e ganhou notoriedade como intérprete de fado. A sua candidatura autárquica em Belmonte pelo Chega poderá agora ser afetada pelo desenrolar desta investigação.
O processo está em fase inicial e decorre sob a alçada do Ministério Público, que está a apurar a veracidade dos documentos e os eventuais crimes de falsificação e burla qualificada.