
O novo Terminal Fluvial de Castanheira do Ribatejo foi apresentado esta segunda-feira, 7 de julho, num investimento de 11 milhões de euros que visa reforçar o transporte de mercadorias e reduzir a circulação de camiões na cidade de Lisboa.
Segundo um comunicado, a infraestrutura, promovida pelo Grupo ETE e pelo Grupo Pousadinha, pretende retirar entre 100 a 400 camiões por dia das vias rodoviárias da capital, contribuindo para “a diminuição de mais de mil toneladas de emissões de dióxido de carbono equivalentes por ano”.
“Esta infraestrutura promove o transporte fluvial como alternativa à rodovia, permitindo retirar um número significativo de camiões dos acessos rodoviários de Lisboa (…) Esse é um contributo ímpar para a redução da pegada de carbono, e para a otimização da segurança e da eficiência económica do transporte”, sublinha o Grupo ETE.
O projeto foi apresentado na plataforma logística Lisboa Norte, numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, em representação do ministro Miguel Pinto Luz.
“O Governo quer explorar cada vez mais o transporte por via marítima, tanto entre Portugal e a Europa como dentro do território nacional. Este terminal é um primeiro passo nesse sentido”, afirmou o governante, classificando a infraestrutura como uma “inovação em Portugal”.
Segundo Hugo Espírito Santo, o terminal marca “um ponto de viragem” na logística nacional, ao lançar o transporte fluvial de mercadorias no rio Tejo e ao potenciar alternativas mais sustentáveis à rodovia.
“A criação de alternativas é absolutamente crítica para a competitividade da nossa logística. Este projeto representa uma inovação em Portugal, inserida numa interceção perfeita entre o rio, a ferrovia e a rodovia”, sublinhou.
Segundo o responsável, o terminal insere-se na estratégia nacional para os portos, que pretende potenciar o transporte marítimo de curta distância e inverter a tendência de perda de carga registada na última década.
Hugo Espírito Santo defendeu ainda o reforço das ligações ferroviárias aos portos nacionais, revelando que o Governo tem em curso um projeto de quadruplicação da Linha do Norte, entre Lisboa e Carregado.
O responsável defendeu ainda que a experiência deste terminal pode ser relevante para a eventual criação de novos terminais fluviais.
“Vamos testar, vamos ver como é que funciona. Se este for o modelo a seguir, eu acho que temos de continuar a pensar como é que exploramos mais terminais fluviais, enquadrados, obviamente, numa estratégia global para os portos nacionais e para a logística nacional”, afirmou.
Com capacidade para movimentar até quatro barcaças em simultâneo e mais de 2.500 toneladas de carga por dia, o terminal está localizado na margem norte do Tejo, a 55 quilómetros de Lisboa, junto às plataformas logísticas de Lisboa Norte, Carregado e Azambuja.
A Companhia do Porto da Castanheira, responsável pela gestão da infraestrutura, resulta da parceria estratégica entre o Grupo ETE, com 89 anos de atividade portuária, e o Grupo Pousadinha, proprietário dos terrenos.
A nova estrutura ocupa uma área de dois hectares e integra um cais com rampas de acesso, uma grua elétrica, parque para 300 contentores e serviços de manutenção naval, prevendo-se uma movimentação anual entre 20 mil e 70 mil TEU (Unidade Equivalente a Vinte Pés em português), podendo atingir os 200 mil TEU com a sua expansão.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Fernando Ferreira, “o novo cais fluvial alarga a multimodalidade na Grande Lisboa, reduz a circulação rodoviária e reforça o papel da Castanheira do Ribatejo como área de desenvolvimento económico metropolitano”.