
Mariana Vieira da Silva e Fernando Medina, duas figuras proeminentes do Partido Socialista (PS), anunciaram, que não se candidatarão à liderança do partido, após a derrota nas eleições legislativas de domingo, que resultaram na vitória da Aliança Democrática (AD).
Mariana Vieira da Silva, ex-ministra dos governos de António Costa, explicou a sua decisão numa publicação na rede social Instagram, onde revelou que, nos últimos dias, teve conversas com vários militantes e simpatizantes do PS.
A ex-ministra concluiu que existe espaço para uma “candidatura alternativa”, mas, tendo em conta a proximidade das eleições autárquicas e o apelo por unidade no partido, decidiu não avançar com uma candidatura interna neste momento.
“Entendemos ir ao encontro do apelo de unidade do partido, não apresentando uma candidatura que forçasse uma disputa interna em período eleitoral e prejudicasse a profunda reflexão que nos é exigida – para a qual estamos todos convocados”, afirmou Mariana Vieira da Silva,
Sublinhando que é necessário um debate alargado sobre a estratégia futura do PS e sobre a pessoa certa para liderar o partido.
Fernando Medina, atual ministro de Estado e das Finanças, também revelou que não será candidato à liderança do PS, em declarações ao canal Now, Medina explicou que a recente candidatura de José Luís Carneiro, iniciou um processo interno de “contagem de espingardas”, o que, na sua visão, inviabiliza a realização de um debate profundo sobre a direção do partido antes da eleição direta.
“Creio que o lançamento de uma candidatura na segunda-feira – por José Luís Carneiro- iniciou um processo interno, na prática, contagem de espingardas, que inviabiliza que esse debate profundo se faça antes de uma eleição direta”, afirmou Medina, defendendo que o partido deveria passar por uma reflexão séria e cuidadosa.
Em resposta à situação, uma fonte oficial do PS confirmou que o atual presidente do partido, Carlos César, vai propor à Comissão Nacional do PS a realização de eleições imediatas para o cargo de secretário-geral, a ser realizadas entre o final de junho e o início de julho.
A proposta surge após a demissão de Pedro Nuno Santos da liderança do partido e visa dar continuidade ao processo de reorganização interna.
Segundo a mesma fonte, Carlos César ouviu várias personalidades do PS, que eram apontadas como possíveis candidatas à liderança, antes de optar pela realização de eleições para o cargo de secretário-geral, sem recorrer a uma disputa interna mais ampla, a proposta de Carlos César será apresentada à Comissão Nacional do PS, amanhã, dia 24 de maio.
Por sua vez, o antigo candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro, reiterou a sua disponibilidade para assumir a liderança do partido.
Em declarações feitas na segunda-feira, Carneiro afirmou que está disposto a contribuir para a estabilidade política e para a reflexão profunda que considera ser necessária para abrir um novo ciclo no partido.
“Estou disponível para servir o PS e Portugal”, disse Carneiro, acrescentando que o PS deve fazer uma reflexão profunda para garantir a estabilidade política e iniciar uma nova fase.
Com a demissão de Pedro Nuno Santos e os recentes desenvolvimentos, o PS enfrenta agora um período de reestruturação interna, com a definição do novo líder a ser uma questão crucial para o futuro do partido e do cenário político nacional.