As Marchas Populares de Lisboa, símbolo das Festas da cidade e expressão maior da identidade dos bairros lisboetas, foram oficialmente inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

A distinção resulta de uma candidatura submetida em abril de 2024 pela Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa (ACCL), com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, e culmina um trabalho de pesquisa científica desenvolvido ao longo de dois anos, sob a coordenação da antropóloga Marina Pignatelli, da Universidade de Lisboa.

“As nossas marchas representam a alma de Lisboa. São nove décadas de uma tradição que merece ser protegida e celebrada”, afirmou o presidente da autarquia, Carlos Moedas, destacando que o reconhecimento nacional “vai contribuir para a preservação e promoção desta tradição única”.

Segundo o Património Cultural, a inscrição é justificada pela relevância desta manifestação enquanto reflexo da identidade comunitária e pelos processos sociais e culturais em que se insere e desenvolve.

As Marchas são um espetáculo visual e sonoro profundamente enraizado no espírito popular da cidade, combinando dança, música, canto, poesia, trajes típicos e representação bairrista, com 68 elementos por bairro, entre marchantes, músicos, porta-estandarte, padrinhos, mascotes, aguadeiros, ensaiadores e organizadores.

Com origens na Alta Idade Média e evolução a partir dos arraiais juninos, as marchas assumiram um formato estruturado e competitivo, tornando-se um dos momentos mais esperados das Festas de Lisboa, assistido todos os anos por milhares de pessoas.

A Câmara de Lisboa considera esta distinção “um justo reconhecimento” e apela à sua contínua defesa e valorização como parte do património cultural nacional.