Isabel dos Santos voltou a estar no centro da polémica política angolana. A empresária, a viver no Dubai e alvo de vários processos judiciais em Angola, publicou nas redes sociais uma série de mensagens onde ataca frontalmente o presidente João Lourenço.

Nas suas Instagram stories, e perante os 725 mil seguidores que acumula naquela rede social, a filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos, falecido em julho de 2022, lançou críticas em três frentes distintas, num claro movimento de confronto político à distância.

No primeiro vídeo, Isabel dos Santos partilhou um excerto da recente entrevista de André Ventura à SIC Notícias para rotular João Lourenço como “ditador e sanguinário”, numa acusação grave e sem precedentes diretos.

Na segunda publicação, filmada no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a empresária exibe um grupo reduzido de apoiantes do atual chefe de Estado angolano, ironizando: “A claque do MPLA que saiu de Angola para prestar apoio ao presidente João Lourenço em Portugal. Vídeo gravado a partir do aeroporto tuga.”

Por fim, partilhou imagens de Luanda, alegando que se tratam de agentes da Polícia Nacional a tentar impedir uma marcha organizada pela UNITA, principal partido da oposição em Angola.

As críticas surgem dias após a visita oficial de João Lourenço a Portugal, e refletem a tensão crescente entre a antiga elite política ligada a José Eduardo dos Santos e o atual regime. Isabel dos Santos está proibida de regressar a Angola, onde enfrenta processos judiciais por crimes relacionados com a sua gestão à frente da petrolífera estatal Sonangol.

Apesar da ausência do país, continua a usar as redes sociais como palco de combate político, numa estratégia que tem ganhado visibilidade, especialmente junto da diáspora angolana e de sectores críticos ao regime do MPLA.

As declarações e publicações da empresária não passaram despercebidas, suscitando reações intensas nas redes e renovando o debate sobre o papel das figuras exiladas na política angolana.