
Um empresário agrícola afetado pelo incêndio de terça-feira no concelho de Alandroal, distrito de Évora, relatou hoje que o fogo atingiu 75% da sua propriedade, destruindo uma central fotovoltaica, olival, pastagens e outras estruturas.
“Os prejuízos são muitíssimo grandes. Só esta central fotovoltaica, que não é diretamente nossa, é em parceria com uma empresa espanhola, são milhões de euros”, afirmou à agência Lusa o empresário agrícola Luís Bulhão Martins.
Com uma área total de 450 hectares, a Herdade dos Canhões localiza-se a cerca de três quilómetros da vila de Terena, no concelho de Alandroal, junto ao troço da Estrada Nacional 255 (EN255) que liga a Reguengos de Monsaraz.
“Ficámos com 75% da propriedade ardida”, referiu Luís Bulhão Martins, enumerando prejuízos avultados num olival, pastagens, vedações, em sistemas de rega, na central solar fotovoltaica e nos efetivos pecuários.
Segundo o empresário, a central solar fotovoltaica, construída em 2022 fruto de uma parceria com a empresa espanhola Solaria, tinha uma área de 20 hectares ocupada por painéis e, agora, “ficou totalmente destruída”.
Também ardeu uma parte de um olival com seis hectares, adiantou, salientando que, em relação ao gado, “morreu uma ou outra vaca”, mas o fogo obrigou a deslocalizar animais e provocou “stress com efeitos em termos produtivos”.
Bulhão Martins realçou que vai agora fazer o levantamento dos estragos provocados pelo incêndio, acrescentando que existem estruturas que têm de ser reconstruídas “imediatamente, nomeadamente as dos animais”.
O incêndio que deflagrou na terça-feira no concelho de Alandroal, distrito de Évora, mantém-se hoje em consolidação de rescaldo e vigilância, depois de ter sido dominado durante a madrugada.
Cerca das 11:30 de hoje, uma fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Central indicou à Lusa que, a essa hora, as operações no terreno ainda mobilizavam 263 operacionais, apoiados por 95 veículos e um helicóptero de reconhecimento.
O alerta para este incêndio foi dado às 09:22 de terça-feira, tendo sido dado como dominado às 01:50 de hoje.
Fonte da GNR revelou à Lusa, na terça-feira à tarde, que o motorista do camião suspeito de provocar o fogo foi identificado e constituído arguido pela guarda.
A fonte do Comando Territorial de Évora da GNR indicou que o homem, condutor de um pesado de mercadorias que transportava madeira, foi constituído arguido pelo crime de incêndio florestal e o caso foi comunicado ao Ministério Público.
Segundo a mesma fonte, uma peça metálica de uma das cintas do semirreboque do camião, usada para prender a madeira transportada, soltou-se e, ao bater no chão, provocou faíscas, o que terá ateado vários focos de incêndio no concelho.