O Governo anunciou esta quinta-feira que a futura terceira travessia do Tejo será uma ponte rodoferroviária, com ligação direta entre o Barreiro e o Seixal, integrando seis vias rodoviárias e quatro linhas ferroviárias, num projeto estratégico para a nova mobilidade da Área Metropolitana de Lisboa e para a instalação do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete.

A decisão foi tomada em Conselho de Ministros e apresentada por Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e da Habitação, durante uma conferência de imprensa em que também foi abordado o processo de privatização da TAP. O plano define a nova ponte como uma infraestrutura central para o futuro eixo logístico, urbano e aeroportuário do país.

Segundo o ministro, o projeto poderá ainda incluir “uma linha de metro”, hipótese que está em fase de estudo técnico, visando garantir acessibilidade total à nova infraestrutura aeroportuária e à rede de transportes da região de Lisboa.

Além da travessia, está em curso um estudo prévio para a ligação da ponte ao IP7/Eixo Norte-Sul, e a atualização das acessibilidades de alta velocidade, nomeadamente da TTT (Terceira Travessia do Tejo) e da ligação ao IC21, no Barreiro, que permitirá uma ligação direta entre a Margem Sul e a rede nacional de autoestradas.

Todas estas ligações e estudos complementares deverão estar concluídos até ao primeiro trimestre de 2026, prazo estabelecido pelo Executivo para alinhar o plano de mobilidade à instalação do novo aeroporto.

“O plano está traçado em estreita colaboração com todas as entidades territoriais envolvidas”, referiu Miguel Pinto Luz, sublinhando que também as negociações sobre as acessibilidades do novo aeroporto — em particular com as concessionárias da A33, A13, IC13 e diversas estradas nacionais — foram apresentadas ao Conselho de Ministros.

Este anúncio representa um novo passo no reposicionamento estratégico da margem sul do Tejo, consolidando o eixo Barreiro-Seixal-Alcochete como fulcral no futuro da mobilidade nacional. O projeto ganha assim destaque não só pela sua dimensão rodoviária e ferroviária, mas também pelo impacto previsto no desenvolvimento económico e territorial da região.

Recorde-se que em maio de 2024, o Governo já havia decidido construir o novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, em substituição do Aeroporto Humberto Delgado, tendo nessa altura mandatado a Infraestruturas de Portugal para concluir os estudos técnicos da Terceira Travessia do Tejo, bem como da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.

A nova ponte, cuja localização entre Barreiro e Seixal se afirma como estratégica, vai garantir uma alternativa robusta às atuais travessias, reforçando a coerência da rede viária e ferroviária do país, e colocando Portugal num novo patamar de conectividade interna e externa.