
Decorre até ao próximo domingo, dia 27, a 11.ª edição do Festival Internacional de Música de Marvão (FIMM), organizado pela associação sem fins lucrativos Marvão Music (com Estatuto de Utilidade Pública). O evento, que este ano espera receber mais de 15 mil visitantes, foi inaugurado na última sexta-feira, dia 18, na presença do secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos.
A cerimónia protocolar contou ainda com as presenças do presidente da Câmara de Marvão, Luís Vitorino, dos directores artísticos do FIMM, Juliane Banse e Christoph Poppen, da vice-presidente da CCDRA, Ana Paula Amendoeira, e do presidente da Entidade regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santo, entre outras entidades.
O programa desta edição conta com cerca de 40 propostas, incluindo concertos, ensaios abertos, eventos para crianças, exposições de arte, visitas guiadas e outros. Estas iniciativas procuram enriquecer a experiência dos visitantes, valorizando os recursos naturais, culturais e patrimoniais de Marvão e do Parque Natural da Serra de São Mamede, em articulação com uma vasta rede de parceiros locais e internacionais.
Depois de uma edição histórica em 2024 – marcada pela estreia da primeira ópera de produção própria no Castelo de Marvão, O Rapto do Serralho, de W. A. Mozart – o festival inicia a sua segunda década com uma proposta simultaneamente íntima e ousada, com programação quase inteiramente dedicada à música de câmara.
Mantêm-se, no entanto, a estrutura de sucesso entretanto criada, com os concertos ao ar livre ao final da tarde no pátio do Castelo de Marvão, bem como durante o dia e à noite, em locais emblemáticos como igrejas, a cisterna do castelo e as ruínas da Cidade Romana de Ammaia. Alguns destes eventos serão, como habitualmente, de acesso gratuito.
A música de câmara, com o seu fôlego partilhado entre intérpretes (muitos deles reunindo-se pela primeira vez), a proximidade com o público e a escala humana das obras, intensificada pela natureza dos espaços em que têm lugar, será o centro da programação. Escutar os quartetos de Beethoven, as sonatas de Debussy ou os duos de Schönberg é entrar num mundo de detalhe e intensidade onde nada é supérfluo.
A edição deste ano oferece “retratos” de 25 compositores, reunindo os grandes nomes do cânone europeu (Tchaikovsky, Ravel, Brahms), importantes figuras femininas da composição muitas vezes esquecidas (Lili e Nadia Boulanger), criadores contemporâneos como Wolfgang Rihm e Luís Tinoco (Prémio Pessoa 2024), e autores ligados ao silêncio e à dissonância, como Webern e Pärt, entre outros que desafiam qualquer categorização convencional. Um dos destaques será a evocação de Wolfgang Rihm, num programa em sua homenagem quando decorre exactamente um ano da sua morte.
A programação paralela inclui a exposição de Tapeçarias de Portalegre na igreja de São Tiago e uma instalação artística de Vasco Araújo na Torre de Menagem do Castelo, com o apoio da Colecção António Cachola e em parceria com o Museu de Arte Contemporânea de Elvas (MACE).
Os bilhetes para o FIMM dão acesso gratuito ao Museu de Arte Contemporânea de Elvas, durante um ano, e, também, à Cidade Romana da Ammaia e ao seu Museu, até ao final do mês de Setembro de 2025.
O FIMM decorre até ao próximo domingo com a Gala de Encerramento, onde é esperada a presença do Presidente da república Marcelo Rebelo de Sousa.