
Os Estados Unidos oficializaram a sua saída da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), numa decisão comunicada esta terça-feira, 22 de julho, e justificada pela recente admissão da Palestina como Estado-membro daquela agência da ONU.
De acordo com o comunicado do Departamento de Estado, a adesão do “Estado da Palestina” é considerada “altamente problemática” e vai contra a política externa norte-americana, potenciando, segundo Washington, discursos hostis a Israel no seio da UNESCO. A porta-voz Tammy Bruce frisou que este foi um fator determinante para a decisão dos EUA, sublinhando as divergências profundas que a decisão revelou no seio da organização internacional.
Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, lamentou profundamente a decisão da administração dos Estados Unidos, ainda que admitisse já esperar este desfecho, tendo em conta que os Estados Unidos são um dos maiores contribuintes para o orçamento global da UNESCO, representando cerca de 8% das receitas anuais da instituição.
Esta não é a primeira vez que os Estados Unidos optam por se afastar da UNESCO — é já a terceira saída registada, sendo a segunda sob liderança de Donald Trump. O processo de retirada estará concluído a 31 de dezembro de 2026, com impacto direto no financiamento e funcionamento da agência, sobretudo num contexto internacional de tensões crescentes.
A decisão norte-americana surge num momento sensível das relações internacionais, refletindo o impacto que a diplomacia dos EUA tem sobre organismos multilaterais e a própria estabilidade do sistema das Nações Unidas. O anúncio promete acirrar ainda mais os debates sobre o papel das grandes potências nas organizações internacionais, numa altura em que a questão palestiniana volta ao centro da discussão global.