
O endividamento da economia portuguesa aumentou 4,6 mil milhões de euros em março, totalizando 825,1 mil milhões de euros, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
A subida foi generalizada, mas o setor privado – famílias e empresas – foi o principal responsável por este agravamento.
De acordo com o banco central, mais de metade do aumento do endividamento (2,4 mil milhões de euros) teve origem no setor privado, dentro deste, o passivo das empresas registou uma subida de 1,3 mil milhões de euros (mais 1,3%), com destaque para os aumentos face às próprias empresas (600 milhões), ao exterior (500 milhões) e ao setor bancário (200 milhões).
As famílias também viram o seu endividamento crescer, com um acréscimo de 1,1 mil milhões de euros, impulsionado sobretudo pelo crédito à habitação, tal como já se vinha verificando nos meses anteriores.
Já o setor público agravou o seu endividamento em 2,1 mil milhões de euros, principalmente através do recurso ao financiamento externo, só os não residentes adquiriram mais 2,2 mil milhões de euros em títulos de dívida pública portuguesa.
Dentro das próprias administrações públicas, o endividamento subiu 900 milhões de euros, refletindo o aumento das responsabilidades em depósitos do Tesouro.
Houve ainda um crescimento da dívida pública perante os particulares (500 milhões de euros), maioritariamente devido à subscrição de certificados de aforro, e junto das empresas não financeiras (100 milhões de euros).
Em contrapartida, verificou-se uma redução do endividamento do setor público perante o setor financeiro, com uma diminuição de 1,7 mil milhões de euros, sobretudo devido à amortização de títulos de dívida.
No total, dos 825,1 mil milhões de euros de endividamento registados em março, 459,8 mil milhões pertenciam ao setor privado e 365,3 mil milhões ao setor público.