O terceiro debate promovido pelo movimento Volta Coruche / 25 – Dionísio Mendes teve lugar no sábado, 5 de julho, com foco nas políticas sociais e nos principais desafios que o concelho enfrenta nas áreas da Ação Social, Saúde, Educação e Habitação. O encontro, que reuniu especialistas de diversas áreas, serviu para diagnosticar problemas estruturais e apresentar propostas concretas com vista à transformação social do território.

Na área da Ação Social, Luís Carvalho, do CEDRU, destacou a necessidade de promover o envelhecimento ativo e de repensar o apoio à infância. Apontou a falta de resposta por parte do Ministério e o impacto negativo das baixas reformas na sustentabilidade das Instituições Particulares de Solidariedade Social, que enfrentam dificuldades na valorização dos seus profissionais. Entre as propostas apresentadas, destacam-se a expansão da rede de equipamentos sociais, o reforço do apoio técnico às IPSS, o estímulo ao voluntariado jovem e a reativação da nova Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) da Fajarda, atualmente encerrada. Dionísio Mendes criticou a inauguração de equipamentos sem plano de gestão e exigiu uma liderança mais ativa por parte da Câmara Municipal.

No que respeita à Saúde, a médica Leonor Mendes Paulo alertou para os efeitos da descentralização de competências, considerando que as autarquias ficaram com responsabilidades acrescidas mas sem os meios necessários. Sublinhou a necessidade de distinguir a Unidade de Saúde Familiar do Vale do Sorraia do Serviço de Atendimento Complementar, atualmente confundidos pela população, e apontou a dificuldade crescente em atrair e fixar médicos em Coruche. Defendeu a criação de condições mais atrativas e a reabertura do serviço de urgência 24 horas, reivindicação que considerou legítima. Dionísio Mendes reforçou a importância de aproveitar o trabalho da USF do Vale do Sorraia para implementar medidas concretas.

Na Educação, Domingos Caeiro, vice-reitor da Universidade Aberta, defendeu uma escola ancorada nos contextos locais e com uma estratégia de desenvolvimento territorial. Apontou a necessidade de ativar o Conselho Municipal de Educação e de definir uma carta educativa ajustada às características da comunidade e do tecido económico local. Propôs a valorização da formação profissional ligada a setores como a cortiça e a floresta, além de parcerias com instituições de ensino superior. Dionísio Mendes defendeu políticas educativas com coragem e deu como exemplo a proibição de telemóveis nas escolas em Almeirim como forma de recuperar a autoridade pedagógica.

No que toca à Habitação, o debate evidenciou a necessidade urgente de reforçar a resposta pública e privada para garantir o acesso à habitação, sobretudo para jovens, profissionais e famílias. Dionísio Mendes reconheceu os avanços com programas como Casas com Gente, mas considerou-os insuficientes. Entre as propostas apresentadas estiveram a criação de habitação a custos controlados, o reforço das Áreas de Reabilitação Urbana, o incentivo ao arrendamento acessível, a disponibilização de lotes municipais e a implementação do Plano de Pormenor de Santo Antonino Norte. Defendeu ainda o recurso a consultores especializados para assegurar uma gestão urbana eficaz.

Para a organização, debate confirmou a existência de problemas profundos no concelho, mas também a existência de uma visão estratégica e de propostas concretas para enfrentar os desafios. Dionísio Mendes reafirmou o compromisso do movimento com uma Coruche mais justa, coesa e solidária, sublinhando a importância de colocar as políticas sociais no centro da ação política local.