A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis atravessa uma crise silenciosa, diria amordaçada, que está a comprometer a qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos: a falta crónica de investimento nos seus recursos humanos.
Nos últimos anos, tem-se verificado uma estagnação preocupante na renovação dos quadros municipais, com escassez de concursos públicos, envelhecimento da força de trabalho e ausência de uma política estruturada de formação e valorização profissional.
Esta realidade tem consequências diretas e visíveis para a população: atrasos na resposta aos munícipes, licenciamento urbanístico que arrasta investimentos, serviços sociais subdimensionados, dificuldades em acompanhar a transição digital.
Mas o impacto também se faz sentir internamente: trabalhadores desmotivados, sem perspetivas de progressão, muitas vezes com funções acumuladas. A máquina administrativa está a atingir o limite da sua capacidade operacional, sem reforço humano nem meios técnicos adequados.
É tempo de romper com a lógica do adiar e do improvisar. A Câmara precisa de funcionar — e para isso precisa, urgentemente, de valorizar quem nela trabalha. Oliveira de Azeméis merece uma administração pública moderna, respeitada e capaz de responder com eficácia aos desafios de hoje e de amanhã. É hoje evidente e preocupante o estado de desmotivação que se vive entre os trabalhadores do Município. Pessoas que, todos os dias, garantem os serviços públicos essenciais aos oliveirenses — da gestão urbana ao urbanismo, da ação social à gestão administrativa — sentem-se desvalorizadas, esquecidas e sem perspetivas.
Não existe, até à data, qualquer estratégia programática séria e transparente de progressão de carreiras. Muitos trabalhadores encontram-se há anos na mesma posição, acumulando responsabilidades e funções sem qualquer reconhecimento funcional ou remuneratório. Esta estagnação é não só injusta, como desumana.
Esta ausência de investimento nas pessoas reflete-se, inevitavelmente, na qualidade dos serviços prestados à população. Uma câmara desmotivada é uma câmara que responde mais devagar, com menos inovação, com menor capacidade de acompanhar os desafios do presente e do futuro.
A situação exige coragem política. Exige vontade de romper com uma cultura de imobilismo e de tratar os recursos humanos como meras peças de uma engrenagem. Os trabalhadores municipais não são números — são profissionais com direitos, competências e dignidade.
É tempo de reconhecer quem sustenta o funcionamento diário da autarquia.
Valorizar os trabalhadores da Câmara é valorizar Oliveira de Azeméis.

Pedro Marques, Presidente da Comissão Política do PSD