
O Bispo de Setúbal, Cardeal D. Américo Aguiar, defendeu o fim das portagens para os automobilistas que atravessam a Ponte 25 de Abril no sentido Almada-Lisboa, durante a cerimónia onde foi agraciado com a Medalha da Cidade de Almada, no Museu da Cidade, pela presidente da Câmara Municipal, Inês de Medeiros.
Durante o discurso que proferiu no agradecimento, D. Américo Aguiar deixou um pedido aos governantes para «que seja encontrada uma solução que permitisse aos habitantes da Margem Sul conseguir chegar à capital sem terem de pagar para isso, já que, neste momento, isso é impossível de acontecer, pelo menos de forma direta».
Sem poupar críticas, D. Américo Aguiar declarou que «sou do Porto e acho muito estranho que, passados mais de 60 anos, quem mora na Margem Sul tenha que pagar para ir à outra margem. Não vejo cidadãos de outra região do país que tenham que pagar para entrar na capital. Não vejo, não conheço. Somos os únicos.»
E foi ainda mais longe, considerando que «esta cobrança deve ser inconstitucional, no mínimo, porque põe em causa a igualdade entre cidadãos.
Não vejo cidadãos de outra região do país que tenham que pagar para entrar na capital.»
Outro alerta prendeu-se com «o crescente peso das portagens no orçamento familiar, numa altura em que 30 dias ou 30 passagens ou 40 passagens na ponte para ir trabalhar, para ir estudar, para ir ao médico representam um encargo cada vez maior».
Num regresso ao passado, recordou o bloqueio da Ponte 25 de Abril, que teve lugar há 31 anos precisamente no dia 24 de junho, um protesto sobre os aumentos dos preços nas portagens, e ainda relembrou que «consta que nos anos 60, no outro regime, estava previsto acabarem as portagens nos anos 80, depois de décadas de promessas não cumpridas, o problema mantém-se».
Fonte: Diocese de Setúbal