A associação ambientalista Milvoz denuncia o possível corte de mais de 40 mil carvalhos para instalação de três parques fotovoltaicos em Ega, no concelho de Condeixa-a-Nova. A Milvoz levou a cabo um “levantamento dos valores naturais no terreno onde se pretende implementar um parque solar em Ega, Condeixa-a-Nova, numa extensão de 12 hectares”. “Para além [...]

A associação ambientalista Milvoz denuncia o possível corte de mais de 40 mil carvalhos para instalação de três parques fotovoltaicos em Ega, no concelho de Condeixa-a-Nova.
A Milvoz levou a cabo um “levantamento dos valores naturais no terreno onde se pretende implementar um parque solar em Ega, Condeixa-a-Nova, numa extensão de 12 hectares”.
“Para além dos sobreiros previamente identificados e que deram eco ao impacto negativo deste projeto, está também em risco toda uma diversidade biológica notável, associada aos bosques e matagais mediterrânicos, nos quais centenas de espécies da flora prosperam, e das quais dependem outras tantas da fauna”, frisa em nota.
A área alvo é “maioritariamente composta por um extenso carvalhal de carvalho-português, com exemplares dos mais diversos portes. Na sequência dos trabalhos de campo, os técnicos da Milvoz estimaram a existência de mais de 40 mil carvalhos em toda a área. Medronheiros, carrascos, sanguinhos, pilriteiros e gilbardeiras são apenas algumas das espécies de arbustos nativos que abundam no sub-bosque, entre muitas outras”.
Também um “conjunto apreciável de pinheiros-mansos de grande porte está em risco, numa quantidade na ordem da centena de exemplares. Para além disso, um nicho ecológico muito importante foi também identificado na zona: trata-se de um conjunto de charcos temporários, um importante habitat que alberga, nesta região, várias espécies ameaçadas”, sublinha ainda a associação.
“Um levantamento mais exaustivo está a ser conduzido como complemento à caracterização geral dos valores naturais já levada a cabo. A constatação da riqueza ecológica existente no terreno vem reforçar o contrassenso que é a aprovação de projetos de energia renovável em áreas com valores naturais relevantes, sobretudo quando abundam locais degradados na região envolvente”, frisa.
“Não podemos continuar a permitir que projetos em nome do combate às alterações climáticas se transformem num inimigo da preservação da biodiversidade e da paisagem rural!”, diz a concluir.