
As cotações médias nacionais dos suínos mantiveram-se estáveis na semana de 14 a 20 de julho de 2025, conforme revela a mais recente newsletter do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA), emitida pelo Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral. O documento indica estabilidade nos preços dos porcos classe E e S, bem como dos leitões até 12 kg e entre 19 e 25 kg, sem alterações nas cinco regiões analisadas, incluindo o Alentejo.
Os porcos da classe E (57%) registaram uma cotação média nacional de 2,42 €/kg (peso carcaça), enquanto os da classe S se fixaram em 2,41 €/kg. As cotações dos leitões até 12 kg mantiveram-se em 5,12 €/kg (peso vivo), e entre 19 a 25 kg em 3,40 €/kg. Estas cotações correspondem a uma variação anual positiva de 17,5% no caso dos leitões mais novos, apesar de uma descida de 15% nos leitões de maior peso face ao mesmo período do ano anterior.
Ao nível europeu, os preços do porco classe E e S revelaram uma tendência mista. Portugal mantém-se entre os países com valores mais elevados: 241,22 €/100 kg para ambas as classes, um valor que contrasta com a média da União Europeia (UE), que se situou em 204,99 €/100 kg para a classe E e 214,32 €/100 kg para a classe S. Em Espanha, país com forte influência no mercado alentejano, os valores também foram superiores à média europeia.
A estabilidade dos preços dos suínos tem impacto direto nas explorações agropecuárias alentejanas, onde a suinicultura continua a representar um eixo relevante de produção animal, nomeadamente em distritos como Évora, Portalegre e Beja. A manutenção das cotações nesta semana representa uma estabilização do rendimento dos produtores locais, após um primeiro semestre de 2025 marcado por flutuações moderadas, como evidenciam os gráficos de evolução de preços nas páginas 1 e 2 do relatório.
Entre janeiro e maio de 2025, os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam uma ligeira subida no número total de suínos abatidos, com especial destaque para os reprodutores, que registaram um aumento de 41% em número de cabeças e de 44,8% em peso. Por sua vez, os leitões registaram uma quebra de 3,9% no número de cabeças abatidas e de 4,1% em tonelagem, o que poderá refletir-se nas disponibilidades futuras para engorda na região.
No mesmo período, as exportações totais de suínos e seus derivados diminuíram 3,6% em tonelagem, apesar de uma subida de 6,4% nas importações. Portugal continua a apresentar um saldo negativo na balança comercial do setor, embora com uma ligeira melhoria face ao ano anterior. O Alentejo, pela sua posição geográfica e volume de produção, assume um papel estratégico no equilíbrio entre importações e exportações de suínos vivos e carne transformada.