
O processo judicial entre os Anjos e a humorista Joana Marques continua a dar que falar e a dividir opiniões. Recentemente, também Sandra Felgueiras recorreu às redes sociais para opinar.
“Descubra as semelhanças entre o ódio português e o ódio no mundo”, começa por escrever a jornalista da TVI. E acrescentou: “A liberdade é o maior legado de qualquer democracia. Mas a liberdade tem limites. E são claros: termina onde começa o ódio. Quando o ódio se converte em palavras que podem gerar ações, violência e, no limite, conduzir ao terrorismo. O terrorismo é o ato de infligir o medo pela inexistência de limites ao ódio indiscriminado sobre civis. É a ausência de qualquer humanidade. De qualquer racionalidade. É o vazio moral. É por esta razão que se iniciam guerras de proporções inimagináveis como estamos a assistir com a entrada em cena dos Estados Unidos no conflito entre Israel e o Irão”.
A humorista não resistiu em comentar e como é habitual… com humor: “Que saudades do ‘descubra as 7 diferenças’. Isto é muito mais complicado: ‘descubra a semelhança entre um Ayatollah, um neonazi e um humorista”.
Sónia Tavares também reagiu!
“Confundir uma sátira com um apelo à violência é como dizer que uma caricatura é igual a uma ameaça de morte. Não é só uma hipérbole, é uma distorção perigosa, porque se tudo o que nos provoca desconforto vem da mesma raiz do ódio, então não há mais espaço para a crítica, para o sarcasmo, para o confronto de ideias”, começou por referir a cantora.
“Confundir sátira com incitamento é como tratar uma caricatura como uma ameaça de morte. E se tudo “o que nos fere o ego vem do mesmo lugar que o ódio, então o problema não é a piada, é a nossa fragilidade.
Então agora tudo o que nos incomoda vem da mesma “génese do ódio”? Uma piada, um discurso terrorista, o bullying na escola, são tudo filhos do mesmo pai? Curioso como o humor, que muitas vezes serve para expor o absurdo, virou o próprio monstro. E segundo esta lógica, a diferença entre uma gargalhada e uma guerra, é apenas técnica. Haja paciência…”, rematou.
Leia na íntegra a opinião de Sandra Felgueiras
Descubra as semelhanças entre o ódio português e o ódio no mundo.
A liberdade é o maior legado de qualquer democracia.
Mas a liberdade tem limites. E são claros: termina onde começa o ódio. Quando o ódio se converte em palavras que podem gerar ações, violência e, no limite, conduzir ao terrorismo. O terrorismo é o ato de infligir o medo pela inexistência de limites ao ódio indiscriminado sobre civis. É a ausência de qualquer humanidade. De qualquer racionalidade.
É o vazio moral.
É por esta razão que se iniciam guerras de proporções inimagináveis como estamos a assistir com a entrada em cena dos Estados Unidos no conflito entre Israel e o Irão.
A ameaça é a capacidade nuclear do regime liderado pelos Ayatollah. Esses líderes supremos que não são eleitos e declararam morte a Israel e aos Estados Unidos desde 1979. Esta declaração é uma declaração de ódio, como todas as declarações que ecoam entre neo-nazis. Mas não só.
Sei que fica bem dizer que o humor é uma arte que tem de ser respeitada porque, não aceitar este argumento, é por em causa a liberdade. Essa tão famigerada liberdade pela qual esta geração lutou imenso desde o ventre das suas mães.
É tudo lindo quando não é connosco. Quando o discurso de ódio, travestido de neo-nazi, de ayatollah ou humorista, não nos toca a nós. Se a humorista fosse uma criança na escola, estaríamos todos a concordar que ela faz bullying. Ou seja, usa as palavras para atingir gratuitamente o outro. O que muda no caso dos Anjos? Eles não são crianças e são figuras públicas. Esta dupla condição já ditou a vitória de Joana Marques em tribunal. Não, não foi crime. E sim, eles puseram-se a jeito. Ah! Desculpem. Imaginem que eu agora diria isto de uma mulher que foi violada porque estava de mini-saia em público? Imaginem que ninguém intervinha ou que ainda aplaudiam o ódio que ia nas veias de quem a violava? Não, não é comparável. Os atos são sempre diferenciados, mas a génese é a mesma: chama-se ódio. Não tem um propósito benéfico à sociedade como deve ter todo o jornalismo, nem de criar algo novo. Alimenta-se da gaffe para denegrir. São todos os humoristas assim? Claro que não! A maioria sabe que as palavras geram atos.
Veja ainda AQUI o vídeo da reação de alguns famosos a esta batalha judicial