A última vez que se sentou numa cadeira frente a frente com Júlia Pinheiro para uma conversa em televisão foi em 2019, antes do seu pai morrer. Esta terça-feira, 14 de janeiro, Joana Amaral Dias voltou a fazê-lo.
A mais recente convidada do programa das tardes da SIC, Júlia, falou sobre a sua vida pessoal e para além de ter lembrado a "negligência" médica na morte de Carlos Amaral Dias, recordou a "violência doméstica" da qual o professor catedrático e psicanalista foi alvo, em 2018, e que resultou num processo instaurado pelo Ministério Público (MP) à sua madrasta, Susana Quintas.
"O meu pai começa a aparecer, a partir de 2018, com sintomas muito estranhos: não conseguia falar, com a voz embargada, parecia que estava ébrio ou drogado ou qualquer coisa e depois, com dificuldades cardiorrespiratórias - ele já tinha várias patologias associadas - era um cocktail muito perigoso", começou por dar conta.
"Nós acabamos por andar com ele para trás e para a frente - médicos, internamentos, urgências, etc - até que fomos chamados pelo médico que nos diz: 'Desculpe lá, mas ele está a ser intoxicado por calmantes'", revelou, acrescentando que a dose administrada estava a ser "quatro ou mais vezes" maior do que a suposta e que "isto aconteceu oito vezes".
A sentença do Tribunal e a "consciência tranquila" de Joana Amaral Dias
Dadas as circunstâncias, a psicóloga e comentadora política - juntamente com os irmãos - decidiu apresentar queixa junto da Polícia Judiciária (PJ) contra desconhecidos porque não tinham conhecimento de "quem lhe estava a fazer isto". A verdade é que as autoridades receberam declarações, incluindo de Carlos Amaral Dias - que "estava muito dependente de terceiros" - e fizeram a sua investigação acerca do assunto.
"O MP junta uma série de provas e elementos e acusa a minha madrasta. Acusa-a de ofensas corporais físicas agravadas", explicou Joana Amaral Dias a Júlia Pinheiro.
A agora candidata à presidência da República portuguesa, que se tornou "assistente no processo" não teve dúvidas de que este litígio acabou"como outros crimes de violência doméstica, feitos em quatro paredes". "Não se conseguiu provar. A minha madrasta saiu livre, foi ilibada, absolvida e a vida seguiu", revelou, acrescentando que só no ano passado, 2024, é que saiu a sentença final.
"Eu estou em paz com a minha consciência tranquila, Júlia. Porque fiz tudo o que eu acho que devia fazer pelo meu pai porque estive com ele todos esses momentos. (...) O meu pai, por mais inteligente que fosse, na hora da morte, na hora da violência, somos todos iguais. E o meu pai não foi excepção", concluiu.