
Isabel Inês de Castro Curvello de Herédia de Bragança, reconhecida por Isabel de Herédia, foi a mais recente convidada do podcast Geração 60. À conversa com Conceição Lino, recordou a sua infância - passada entre Portugal e Angola - e as vivências pelas quais passou no Brasil, antes de regressar ao seu país de origem.
E foi precisamente em criança que conheceu aquele que viria a ser o seu marido, D.Duarte Pio de Bragança."A primeira memória que eu tenho, tinha seis anos, em Angola: foi ele que me ensinou a nadar debaixo de água", recordou.
Mas a relação entre os dois não se ficou por aqui, como é de conhecimento público. Com o passar dos anos, mesmo com a ida de Isabel de Herédia para o Brasil, a relação entre os dois acabou por se tornar numa grande amizade. "Ele vinha sempre lá, a São Paulo, [e] ficava em nossa casa", explicou.
Aos 18 anos de idade, a atual duquesa já olhava para o membro da monarquia como o seu "melhor amigo". "Eu acho que sou uma curiosa e realmente, o meu marido é uma pessoa que, quem não o conhece não sabe o interessante que ele é, falávamos de tudo... Eu bebia cultura. (...) Tinha sempre uns programas divertidíssimos e como ele sabia que eu gostava, convidava-me para ir e pronto, era por aí", disse Isabel de Herédia, esclarecendo que "era muito amiga de muitos primos dele" e por isso tinham "programas em comum".
Da amizade ao casamento - a "quebra de preconceito"
A amizade dos dois era de tal forma grande, que o relacionamento acabou por crescer e se tornar numa relação amorosa séria, da qual resultou um casamento - que já dura há quase 30 anos - e três filhos, Afonso de Santa Maria de Bragança, Maria Francisca de Bragança e Dinis de Santa Maria de Bragança.
Mas a verdade é que este era um relacionamento, à época, improvável, dada a diferença de idades que separa Isabel de Herédia de D. Duarte Pio. O possível preconceito sobre 21 anos de diferença foi quebrado, ainda que a duquesa não visse isso dessa forma.
"Como o Duarte era meu grande amigo, eu nunca senti essa diferença de idades", começou por referir.
"Quando era mais nova, durante muito tempo, achava que ele tinha de casar com uma das primas dele, como era de esperar na altura. E depois, houve pessoas que estavam interessadas em mim e eu até digo sempre isso aos meus filhos e aos amigos dos meus filhos: eu comecei a ver-me como se eu fosse uma cómoda cheia de gavetas e nós, conforme as pessoas que estamos, vamos adaptando-nos, somos um bocadinho mais conservadores, mais liberais... E a certa altura pensei 'quem é que conhece as minhas gavetas todas?' e... Era o Duarte", concluiu Isabel de Herédia.