Está quase a chegar a comédia luso-brasileira realizada por Hermano Moreira e que acompanha "um dia caótico" na vida de Catarina, personagem de Jessica Athayde, que dá vida a uma gerente de hotel.

O filme foi gravado em apenas uma sequência contínua no Hotel Roma, em Lisboa, com o hotel em funcionamento. Com estreia marcada para o dia 19 de junho, já recebeu o Prémio Hollywood como Filme Nacional com Maior Potencial de Blockbuster 2025.

Esta longa-metragem "é uma abordagem leve e diferente ao cinema português". "Nem é aquela comédia pura e dura, nem é histórico, nem trágico", como a atriz realçou quando questionada pelo Notícias ao Minuto na pré-abertura da Wells Garret, a Home of Beauty.

Este é mais um desafio na carreira da atriz, que tem vindo a participar em projetos diferentes. "Vou-me adaptando um bocadinho aos papéis que vão surgindo de maneira a sentir que estou a evoluir enquanto atriz, e ser feliz naquilo que faço."

Sobre a evolução do cinema em Portugal, Jessica Athayde lamentou o facto de "cada vez termos menos público" devido às muitas plataformas de streaming. "As pessoas cada vez querem mexer-se menos para ir ao cinema, e esquecem-se do bom que é estar no cinema, de não haver telefones, de estarmos ali exclusivamente para ver um filme", acrescentou.

Este elenco também traz nomes - como a Margarida Corceiro ou, por exemplo, a Júlia Palha - que vão buscar pessoas mais jovens e trazê-las ao cinema

De referir que 'Hotel Amor' conta no elenco com nomes como Júlia Palha, Margarida Corceiro, Vera Moura, Lucas Dutra e Francisco Froes.

"Este elenco também traz nomes - como a Margarida Corceiro ou, por exemplo, a Júlia Palha - que vão buscar pessoas mais jovens e trazê-las ao cinema, [levarem-nas] a saírem de casa, a largarem a Netflix, a Disney Plus, a Primes… Terem um bocado a experiência. A verdade é que não vão ao cinema, não conhecem o cinema da mesma maneira que nós. Espero que este elenco puxe [para irem ao cinema]", destacou Jessica Athayde.

É uma luta. Vivemos num país muito pequeno, preconceituoso perante os atores. Por norma, os realizadores escolhem muito os mesmos elencos - que é perfeitamente compreensível

Ao ser questionada ainda pelo Notícias ao Minuto sobre se gostava de continuar a ter mais oportunidades no cinema português, a atriz respondeu desde logo que "sim".

"É uma luta. Vivemos num país muito pequeno, preconceituoso perante os atores. Por norma, os realizadores escolhem muito os mesmos elencos - que é perfeitamente compreensível porque gostam, e quando se ganha empatia a trabalhar com um realizador ou com uma atriz, tem-se vontade de continuar. Mas, claro, é difícil porque não há espaço para toda a gente. Sinto que ao longo destes últimos anos tenho estado a furar um caminho, a dedicar-me mais ao teatro, a séries, e a tentar furar, aos poucos, o mercado", comentou.

A estreia de Jessica Athayde a solo no teatro com 'Bridezilla' chega em outubro

A atriz tem outra grande novidade para este ano no que diz respeito à carreira, pois vai estrear-se a solo no teatro, em outubro, com a peça 'Bridezilla'. Os espetáculos agendados para os dias 8, 9, 10 e 11 de outubro, no Teatro Villaret, em Lisboa, já se encontram esgotados. Apenas existem, até ao momento, bilhetes disponíveis para o dia 12 do mesmo mês.

'Bridezilla' - com a direção de Rui Melo - "é espetáculo de 'storytelling', onde os convidados são levados a testemunhar os bastidores caóticos das preparações do seu casamento. Entre provas que falham, planos que desmoronam e imprevistos a cada passo, tudo o que pode correr bem… corre terrivelmente mal! Mas é nesta desordem que surgem os momentos mais engraçados e humanos — porque afinal, no meio das lágrimas, dos gritos e das correrias, há sempre espaço para rir, partilhar e perceber que talvez o amor sobreviva", adiantaram num comunicado enviado às redações quando anunciaram a peça.

Tenho muito respeito pelas mulheres que têm famílias e que fazem ficção em Portugal, porque é preciso mesmo uma gestão gigante familiar e profissional

Sobre este desafio, Jessica Athayde apenas partilhou: "Só posso adiantar que começou quando estava a escrever os votos de casamento. E depois tenho a sorte do Rui Melo também gostar de um bom desafio. Portanto, juntamos aqui uma ideia... Estou radiante com o facto de ter esgotado as datas."

O 'afastamento' das novelas, a porta que não deixa fechada para o futuro

Mais afastada do pequeno ecrã, depois de longos anos na televisão, a atriz não deixa de referir que "gosta muito de fazer novelas", no entanto, também "gosta muito de estar presente na vida do filho".

"É um sacrifício que tem de se fazer durante um período longo enquanto uma série é um sacrifício de um tempo inferior, e teatro acaba por ser à noite - portanto, durante o dia estou disponível, dá para compatibilizar com outros trabalhos. A novela já é uma coisa que leva por inteiro. Tenho muito respeito pelas mulheres que têm famílias e que fazem ficção em Portugal, porque é preciso mesmo uma gestão gigante familiar e profissional", explicou.

Fiz televisão durante anos e anos, depois tomei a decisão de experimentar outras coisas. Não quer dizer que não vá voltar a fazer televisão. Adorei fazer novelas

Ainda assim, diz, "felizmente, não se pode queixar porque tem tido sempre convites para fazer televisão".

"A questão é que cresci a fazer televisão. Fiz televisão durante anos e anos, depois tomei a decisão de experimentar outras coisas. Não quer dizer que não vá voltar a fazer televisão. Adorei fazer novelas, mas para poder fazer ou poder ser chamada para fazer outros projetos, ter disponibilidade e poder ser mãe... A nível financeiro, familiar e concretização profissional, os três em um não é fácil. São decisões e opções que tenho vindo a gerir e sinto que à medida que vou envelhecendo, a chegar aos meus 40, vou fazendo o meu caminho e com o tempo vou conseguir cumprir objetivos de trabalhar mais no mercado", acrescentou.

Casada com o também ator Diogo Amaral, com quem tem em comum o filho Oliver, que está prestes a completar seis anos, Jessica Athayde contou que o casal faz a sua gestão, uma vez que ambos trabalham na mesma área.

"Quando o Diogo está a fazer uma novela, sei que durante essa fase também tomo outro tipo de decisões. Sei que se for fazer uma novela ele vai tomar outras decisões, de forma a não deixar cair um bocado aquilo que nós acreditamos - que é o nosso filho agora tem seis anos e só vai ter seis anos uma vez. Enquanto conseguirmos, é isso que vamos fazer", rematou.