Apresentada no passado dia 2, no certame realizado na cidade croata de Pula, a nova criação do coreógrafo e performer, 'A pedra, a mágoa' ('The stone, The sorrow'), foi reconhecida pelo júri como uma obra de "profunda integridade artística, poder expressivo e coragem criativa", acrescenta numa nota da produtora da peça.

Estreado em Portugal no Teatro das Figuras, em 2024, e em estreia internacional no 31.º Festival PUF, 'A pedra, a magia', que fizera parte da programação da Plataforma Portuguesa de Artes Performativas (Montemor-o-Novo), parte da observação de pedreiras abandonadas em território português, "propondo um paralelismo entre a erosão das paisagens e a desagregação da estrutura familiar", sublinha a produtora.

"Posicionando-se na fronteira entre o público e o privado, a obra conduz o espectador a um espaço mitológico de acolhimento e disrupção, onde se fundem a ternura bucólica e a sensualidade do profano", considerou o júri do certame sobre a peça do artista nascido em Lagos, em 1996.

Para o júri do festival croata, trata-se de "uma peça que funde precisão artística com intimidade crua, abrindo espaço para uma reflexão profunda".

"Utilizando o corpo como testemunho e ferramenta retórica que ressoa com mais força do que palavras, Daniel Matos intensifica o impacto emocional de experiências humanas universais através do seu minimalismo estético", acrescenta o júri, sublinhando que a qualidade visual da obra "evoca uma imagem pseudo-pastoral de forte poder simbólico, que permanece na memória".

'A pedra, a mágoa' conta com a colaboração dos performers Lia Vohlgemuth, Elia Pangaro e Joana Simões, e é apoiada numa banda sonora original inspirada em Debussy, assinada por João Galante aka Coolgate.

A colaboração artística e imagem da peça é da responsabilidade de João Catarino, e o desenho de luz e direção técnica ficam a cargo de Manuel Abrantes e Ana Carocinho, numa produção da CAMA associação cultural com as produtoras Joana Flor Duarte e Diana Martins.