O programa Proinfância, promovido pela Fundação “la Caixa” em Portugal desde 2021, já chegou a 1245 crianças e adolescentes, num total de 821 famílias em situação de “vulnerabilidade económica e risco de exclusão social em todo o território nacional”. Os dados são avançados pela própria fundação e pelo BPI, que reiteram o seu “compromisso com a promoção da igualdade de oportunidades em Portugal”.

“O Proinfância tem como missão acompanhar crianças e famílias em situação de vulnerabilidade social, fornecendo-lhes ferramentas necessárias para ultrapassarem as barreiras socioeconómicas que enfrentam e garantindo-lhes o acesso às mesmas oportunidades de crescimento, educação e bem-estar que os seus pares”, esclarecem em comunicado. Segundo explicam, o programa aposta num “acompanhamento abrangente e personalizado, centrado no desenvolvimento de competências sociais e educativas, hábitos de estudo e autoestima, promovendo assim a capacitação dos participantes e a sua inclusão social”, defende.

“A pobreza das crianças e dos jovens em Portugal continua a ser uma realidade preocupante, exigindo uma resposta política integrada, consistente e de longo prazo”, sublinha o assessor científico do Programa Proinfância em Portugal, Carlos Farinha Rodrigues. Acrescenta ainda que os dados demonstram que há vários fatores que influenciam a incidência da pobreza nas crianças, tais como a composição e estabilidade familiar, a situação laboral dos pais, o nível de escolaridade e a sua nacionalidade, bem como o contexto territorial em que vivem.

Para o assessor, “a resposta a este desafio deve passar, em primeiro lugar, por políticas públicas abrangentes e sustentadas, que integrem medidas de apoio às famílias vulneráveis, reforço das prestações sociais, investimento na educação e ações específicas de promoção da igualdade de oportunidades desde a primeira infância”.

Em Portugal, este programa existe desde 2021, tendo sido estreado em Lisboa e Porto. Quatro anos depois, foi alargado a nove cidades no total – inclui agora Almada, Amadora, Braga, Coimbra, Ponta Delgada, Vila Nova de Gaia e Funchal – e envolve 15 redes de ação e 50 entidades sociais.