
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, defendeu, recentemente, em Malawi, a remoção de barreiras ao investimento e a criação de um ambiente de negócios favorável como chave para o desenvolvimento económico e social dos dois países.
Falando durante um encontro com a comunidade empresarial malawiana, o estadista destacou a importância de parcerias público-privadas e reafirmou o compromisso dos governos de Moçambique e Malawi em facilitar o comércio e os investimentos bilaterais.
“A África precisa de crescer e desenvolver, gerar mais renda para o seu povo, emprego para a juventude e o desenvolvimento económico e social. E para isso acontecer, tem que haver atracção de investimentos, tanto nacionais como estrangeiros”, afirmou o Chefe do Estado moçambicano, sublinhando que os dois países devem trabalhar juntos para criar condições propícias aos negócios.
Durante a sua intervenção, Daniel Chapo revelou que a visita oficial ao Malawi incluiu uma reunião com o seu homólogo, Lazarus Chakwera, onde foram discutidas áreas estratégicas de cooperação, nomeadamente os corredores de desenvolvimento da Beira, Nacala e Sena, bem como o fortalecimento dos sectores da energia, agricultura, turismo, indústria e recursos minerais.
Uma das medidas práticas anunciadas pelo Presidente moçambicano é o lançamento iminente da construção da Fronteira de Paragem Única, concebida para agilizar o tráfego e o comércio entre os dois países.
“Hoje começamos a chamá-la de Fronteira de Ida Única. Porque essa palavra de parar, nós não queremos parar. Nós queremos trabalhar”, declarou, recebendo aplausos dos empresários presentes.
O encontro empresarial teve também a participação activa da Câmara de Comércio do Malawi, que considerou o momento como um marco importante na relação entre os dois países.
“Depois deste encontro poderemos partilhar as oportunidades de negócios para o bem-estar e prosperidade entre os povos dos dois países”, disse um representante da organização, acrescentando que o processo de estabelecer uma representação oficial em Moçambique já está em 90 por cento concluído.
A Câmara destacou ainda que a plataforma criada com esta visita permite um diálogo contínuo entre os sectores privados e públicos de ambos os países, encorajando a apresentação de novas oportunidades e parcerias de negócio que contribuam para o crescimento económico. Foi também enfatizada a necessidade de políticas consistentes e investimentos em infra-estruturas que melhorem a conectividade bilateral.
O chefe do Estado reforçou que o sector público tem a responsabilidade de facilitar os negócios, e que a luta actual dos países africanos é pela liberdade económica.
“É por essa razão que vamos lutar. Por isso, nós temos que facilitar o ambiente de negócios para desenvolver os nossos países, os nossos povos, mas também desenvolvermos aqueles que trazem dinheiro para terem lucros e poderem desenvolver mais as empresas”, destacou.
Referindo-se às profundas afinidades culturais e linguísticas entre os dois países, o governante defendeu que as barreiras burocráticas devem ser eliminadas. “Somos uma família. Temos os mesmos nomes, a mesma cultura, a mesma língua. Então, não há necessidade de haver essas barreiras. Vamos facilitar o negócio para que os nossos países cresçam”, disse chapo, citado numa a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso.
O Presidente Daniel Chapo terminou o seu discurso apelando à união regional e à integração africana mais profunda. Criticou a necessidade de vistos para viagens entre países vizinhos em África, enquanto outras regiões do mundo já operam com uma moeda e um passaporte únicos.