Os dados revelados pelo ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, ao responder, no parlamento, a perguntas dos deputados, indicam que o "projeto conceptual" prevê a reabilitação  de 70 quilómetros (km) do troços Inchope-Gorongosa, na província de Sofala, de 176 km de Chimuara-Nicoadala, na Zambézia, e intervenção em 94 km no troço de Metoro-Pemba, em Cabo Delgado.

Os troços referenciados vão ser reabilitados dentro do pacote de financiamento do Banco Mundial de 850 milhões de dólares (797 milhões de euros), sendo que quase metade do valor será aplicado na primeira fase, em que o Governo moçambicano adiantou hoje que "vão ser desembolsados gradualmente pelo financiador à medida que as obras estiverem em curso".

O executivo adiantou também que já foi lançado o concurso para a seleção do empreiteiro para a reabilitação de 84 quilómetros do troço Gorongosa-Caia, no centro do país.

O Governo de Moçambique admitiu a necessidade de reabilitar toda a N1 face ao avançado estado de degradação: "há uma necessidade de assegurar a reabilitação e manutenção de cerca de 2.620 km da ligação norte-sul, bem como os principais corredores logísticos regionais, sendo necessário mobilizar um investimento de 3,5 mil milhões de dólares", disse o ministro João Matlombe.

Em 10 de fevereiro, a Confederação das Associações Económicas - CTA, que congrega o setor privado moçambicano, pediu ao Governo a reabilitação da N1, no âmbito dos esforços para a recuperação empresarial após a crise pós-eleitoral.

No final de um encontro entre o setor privado e o Governo, o presidente do pelouro de Comunicação e Serviços da CTA, Paulo Oliveira, disse que a confederação apresentou um conjunto de medidas para que "possam ser aliviadas algumas cargas, alguns impostos, e propostas reais para que a (...) economia [se] possa desenvolver, nomeadamente, a requalificação da Estrada Nacional 1, que é muito importante". 

"É a nossa espinha dorsal", declarou.

"Trouxemos outras preocupações, nomeadamente as taxas dos combustíveis, e também falámos da questão de portagens, de se arranjar modelos que sejam mais sustentáveis e confortáveis para todos os utilizadores", acrescentou Paulo Oliveira.

O Governo moçambicano anunciou, em março de 2023, o arranque da primeira fase das obras de reabilitação da Estrada Nacional 1 (EN1) até ao final daquele ano, com um financiamento de cerca de 400 milhões de dólares (375 milhões de euros) que o Banco Mundial aprovou em agosto para a primeira fase.

O Banco Mundial aprovou anteriormente um financiamento total de 850 milhões de dólares (797 milhões de euros), sendo que quase metade será aplicada na primeira fase.

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