Os cinco maiores bancos a operar em Portugal registaram uma queda de 16,6% dos lucros relativos ao negócio no país. No conjunto o lucro destes bancos em Portugal desceu de 1200 milhões no primeiro trimestre de 2024 para 1000 milhões de euros em igual período de 2025.

Esta tendência decorre do facto de os juros cobrados nos créditos, em particular no financiamento para compra de habitação, estarem a cair desde junho de 2024 e por isso a margem financeira dos bancos derrapou nos primeiros três meses de 2024 de 1,9 mil milhões de euros para 1,7 mil milhões em 2025, ou seja, 10%.

A queda continuada dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) fez-se sentir nestes bancos nos primeiros três meses do ano. O BCP e a CGD acabaram por ter aumentos no lucro em Portugal, embora neste último caso o crescimento tenha sido ligeiro. Ambos beneficiaram da reversão e redução de imparidades e provisões no período em análise. Nos outros bancos - BPI, Santander e Novo Banco - as quedas foram significativas.

A margem financeira conjunta destes bancos recuou 10%, com tendência para a queda continuar tendo em conta que o BCE poderá cortar até ao final do ano mais 50 pontos base nas taxas de juros indexadas aos empréstimos para financiamento de habitação que afetam os créditos já concedidos que se atualizam a 3, 6 e 12 meses e os novos financiamentos a taxa variável ou mista. Os juros não mexem nos contratos de créditos com taxa fixa para todo o contrato.

Os cinco maiores bancos registaram crescimento nos recursos e crédito concedido, mas o volume de negócios não é suficiente para compensar a margem financeira (diferença entre os juros pagos nos depósitos e os cobrados no crédito pelos bancos), muito embora, os bancos já tenham ajustado a remuneração dos depósitos abaixo das taxas de juros que estão a cobrar pelos créditos.

A CDG seguida do Santander foram os bancos que mais lucros registaram no primeiro trimestre, seguio do BCP e Novo Banco e BPI.